Edição 41
Os fundos de derivativos conservadores estão atraindo o interesse das
fundações
Os fundos de derivativos conservadores estão atraindo o interesse das
fundações. Desde que elas retomaram os investimentos em fundos de
renda fixa, em meados de junho, esses fundos têm sido os únicos a
disputar espaço com os DI puros.
Até a metade de junho, devido às incertezas quanto à cobrança do
imposto de renda sobre os fundos de renda fixa (seria deduzido da
carteira dos fundos, e não mais do cotista, invalidando a imunidade
tributária dessas entidades), a maioria das fundações evitou aplicar nos
fundos de derivativos.
Com a definição das novas regras pela Receita Federal, passando a taxar
o cotista e garantindo, na prática, a imunidade para as fundações, os
fundos de derivativos conservadores tornaram-se uma alternativa para
ganhar um pouco mais que o CDI, com um risco muito baixo. Eles
possuem alavancagem pequena e apostam apenas nos mercados futuros
de câmbio e de juros.
O BFB, por exemplo, captou cerca de R$ 50 milhões no mês de julho em
seu fundo de derivativos conservador, conta João Estanislau,
superintendente de investidores institucionais da instituição. “As fundações
continuam sendo conservadoras em seus investimentos”, comenta
Estanislau. O banco captou, ainda, outros R$ 50 milhões para o seu
fundo DI, no mesmo período.
Saída das bolsas – De acordo com Guilherme Cavalcanti, diretor de
institucionais do banco Liberal, os recursos que migraram para os fundos
de derivativos conservadores são uma consequência da saída das
fundações das bolsas. “Principalmente das entidades menores que, por
não terem volume, não puderam aproveitar da melhor forma as altas
taxas de juros que os títulos de renda fixa estavam pagando no início do
ano”, explica. “Agora, essas fundações estão procurando esses fundos de
derivativos para conseguir um pouco mais que o CDI”.
A preferência dos investidores por esse tipo de aplicação também foi
notada no BBA Capital, informa Renata Matias, diretora de investidores
institucionais do banco. Segundo ela, “muitos dos nossos clientes têm
procurado aplicar em fundos mútuos que rendem algo em torno de 102%
a 103% do CDI. Ela acredita que a procura por esse tipo de investimento