Edição 40
Maior fundo de pensão multipatrocinado brasileiro, com ativos na ordem
de R$ 550 milhões, o CCF Multipatrocinado vem oferecendo desde o início
de julho passado duas novidades que ampliam o poder de decisão tanto
das patrocinadoras como dos participantes na determinação das diretrizes
de investimentos
Maior fundo de pensão multipatrocinado brasileiro, com ativos na ordem
de R$ 550 milhões, o CCF Multipatrocinado vem oferecendo desde o início
de julho passado duas novidades que ampliam o poder de decisão tanto
das patrocinadoras como dos participantes na determinação das diretrizes
de investimentos. É que a fundação já permite às patrocinadoras escolher
outros gestores para realizar a administração da carteira de investimentos,
que antes permanecia sob exclusividade do Banco CCF.
Além disso, os participantes também podem escolher o perfil dos
investimentos de suas reservas, isso caso a patrocinadora decida pela
incorporação desse mecanismo ao plano. Esta última novidade também
está sendo oferecida, desde janeiro deste ano, aos participantes do
Múltipla, que é o fundo multipatrocinado do Credibanco.
Até o momento, 13 patrocinadoras da fundação CCF (de um total de 150 )
já dão aos seus participantes o poder de decidir o perfil das aplicações de
seus recursos. As opções dividem-se em três tipos de carteiras: dinâmico,
com 40% a 50% de renda variável; moderado, com 20% a 35%; e
conservador, com até 15%. Esses limites não são fixos e podem variar de
acordo com a determinação de cada empresa. Por exemplo, o perfil
dinâmico de um plano pode estabelecer que o nível de concentração
máxima em renda variável seja menor que 50%, diferindo do padrão
estabelecido pelo CCF.
Os novos planos do CCF Multipatrocinado, quase todos, estão sendo
projetados com este mecanismo e a procura tem se mostrado bastante
alta, revela Rogério Aguirre, subdiretor da CCF Brasil Previdência. Mas o
processo de escolha do perfil não é irrestrito e sofre algumas restrições,
geralmente quando o funcionário se aproxima da aposentadoria. O limite
de idade é variável mas, em média, as patrocinadoras estão
estabelecendo que os participantes não podem optar pelo perfil dinâmico
a partir de cinco anos antes do requerimento da aposentadoria.
Quanto à possibilidade de escolha de outros administradores, ainda
nenhuma patrocinadora do CCF utilizou o recurso. Mas as consultas para
saber como funciona o novo mecanismo estão aumentando e é provável
que, em breve, a abertura da gestão da carteira seja colocada em prática
para algumas empresas. Com a mudança, o fundo do CCF segue o
exemplo de outros dois multipatrocinados que já ofereciam este tipo de
vantagem, que são a Multiprev, do Citibank, e o fundo da Mercer MW. “O
CCF está oferecendo essa possibilidade para criar uma situação mais
confortável às patrocinadoras e porque confiamos nas vantagens de nossa
administração própria”, diz Aguirre.
Deficiência – A flexibilização das fundações multipatrocinadas quanto à
escolha de mais de um gestor, busca dar aos vários patrocinadores uma
situação próxima à que teriam com fundos de pensão próprios. É que a
principal deficiência dos multipatrocinados, apontada por especialistas,
estava na falta de poder de decisão das empresas de terceirizar com
vários administradores. Outra crítica era justamente a impossibilidade de
escolher os perfis das carteiras de investimentos, que é outro ponto que
começa a mudar não só com o CCF mas também com o Múltipla, fundo
múltiplo do Credibanco.
O Múltipla já está oferecendo, desde janeiro deste ano, novos planos para
que suas patrocinadoras abram ao participante a decisão sobre qual o
risco que deseja enfrentar em sua conta individual. Atualmente, das 11
patrocinadoras que participam do Múltipla, 5 já implementaram o
mecanismo que permite a escolha entre três perfis: conservador, com até
20% de renda variável; moderado, de 5% a 35%; e agressivo, de 20% a
50%. A administração dos recursos permanece sob exclusividade do
Credibanco.
A distribuição dos participantes do Múltipla nas três opções demonstra a
preferência predominante pelos perfis moderado, com 68% das pessoas,
e conservador, com 28%. Apenas 4% dos participantes escolheram a
carteira agressiva. “A maioria das escolhas tende ao perfil moderado e
conservador devido à falta de cultura de investimentos em bolsa”, explica
Fábio Colombo, diretor financeiro da Múltipla, fundação que possui
aproximadamente 7500 participantes e administra R$ 65 milhões em
ativos da área de previdência privada.