Edição 4
Seis bancos estão disputando a administração de uma carteira de ações
de R$ 25 milhões
Seis bancos estão disputando a administração de uma carteira de ações
de R$ 25 milhões, que a fundação Aerus está terceirizando como parte de
uma estratégia de maximizar a rentabilidade das suas aplicações. Essa
carteira equivale a 10% do total que a fundação tem investido no mercado
acionário. O vencedor deve ser conhecido nas próximas duas semanas.
Esse processo começou há dois anos, quando a fundação contratou uma
empresa de consultoria para ajudá-la na reestruturação de sua carteira de
ações. Após alguns meses, um relatório da consultoria indicou a
conveniência da divisão da carteira total em blocos, que seriam
administrados segundo estratégias difereciadas.
Foram definidos três blocos, com projeções de rentabilidade e risco
distintos. O primeiro bloco usaria o benchmarking do Ibovespa, o
indicador de rentabilidade de ações da Bolsa de Valores de São Paulo,
enquanto o segundo acompanharia o IBA, o indicador da Fundação Getúlio
Vargas. Ambos seriam gereciados internamente, pelos profissionais da
Aerus. Um terceiro bloco, de maior risco, seria entregue à administração
de terceiros com a projeção de render pelo menos 2% acima do Ibovespa.
“A carteira terceirizada deverá ter agilidade suficiente para permitir o
aproveitamento das boas oportunidades”, explicou o presidente do
Instituto Aerus de Seguridade Social, Álvaro Vaz da Silva. Além de ações,
essa carteira poderá operar com papéis de alto risco, como os derivativos,
por exemplo. O resultado das diferentes carteiras de ações será
confrontado regularmente, entre elas mesmas e com uma carteira de
renda fixa.
A carteira de ações terceirizada abrangerá um leque de meia dúzia de
papéis de grande liquidez nas bolsas. Esses títulos não poderão fazer
parte dos outros dois portfólios. “Queremos evitar que uma carteira
compre o papel que a outra vendeu, pagando corretagem duas vezes
(compra e venda) para ficar com o mesmo papel”, diz Vaz da Silva.
Segundo o presidente da Aerus, as duas primeiras carteiras já operam
com seus respectivos benchmarking desde abril último. A terceira, cujo
administrador deve ser escolhido nas próximas duas semanas, começará
a operar assim que os resultados forem conhecidos. O presidente do
Aerus não quis divulgar os nomes dos bancos que estão na reta final da
seleção. “São bancos com experiência em negócios com fundos, alta
rentabilidade das suas carteiras, suporte técnico e retaguarda compatível”,
limitou-se a dizer.
Seleção – A corrida para a escolha do administrador externo começou há
dois meses, quando a fundação selecionou 14 bancos para informar da
sua decisão de terceirizar parte da sua carteira de ações e para pedir que
enviassem suas credenciais, dados de balanços e resultados de carteiras
administradas por eles. Dos 14 foram selecionados 6, com os quais o
Aerus iniciou uma série de contatos pessoais, através de reuniões e
entrevistas. “Em mais vinte dias teremos o nome do vencedor”, afirmou
Vaz da Silva à Investidor Institucional no final de outubro.
O processo de seleção do Aerus está sendo encarado como um marco
pelo setor de administração de recursos. Em primeiro lugar pelo porte da
fundação, que fechou setembro passado com um patrimônio de R$ 1,13
bilhão; em segundo por basear a escolha em critérios exclusivamente
técnicos; e em terceiro por estabelecer uma política de investimentos
clara, com metas objetivas. “Essa escolha está mexendo com o mercado”,
disse importante executivo de um dos bancos que participou da primeira
etapa do processo.
“Não se trata simplesmente de dividir o total da nossa carteira de ações
em três ou quatro administradores, premiando os melhores, mas de
estabelecer critérios de aplicação baseados em análises de rentabilidade,
risco e variança mensal”, diz Vaz da Silva. Por esses critérios, o limite
inicial da carteira terceirizada ficou em R$ 25 milhões.
A política de remuneração que o Aerus adotará vai combinar um valor fixo
com uma comissão sobre os resultados que ultrapassarem determinado
patamar. “Será uma remuneração por performance”, explica o presidente
da fundação.
PERFIL DO INSTITUTO AERUS
Patrocinadoras: Varig; Transbrasil; Air France; TAM; Rio Sul; Nordeste;
Sara; Aeromot (Aeronaves e Motores; Aeroeletrônica; e Mecânico
Metalúrgica); Sita; Sindicato Nacional dos Aeroviários; Sindicato Nacional
das Empresas Aeroviárias; Aeroclube do Rio Grande do Sul; e Aerus
Patrimônio (Set/96): R$ 1.131.598.017,41
Participantes ativos (Set/96): 34.286
Participantes assistidos (Set/96): 5.127