Anbid fará classificação dos fundos exclusivos

Edição 39

Os fundos exclusivos de investimentos, ou seja, aqueles que apresentam
apenas um cotista, começarão a ser classificados no ranking da Anbid a
partir do mês de setembro

Os fundos exclusivos de investimentos, ou seja, aqueles que apresentam
apenas um cotista, começarão a ser classificados no ranking da Anbid a
partir do mês de setembro. O processo de ranqueamento seguirá os
mesmos padrões do Sistema Índice Anbid, que já existe desde outubro do
ano passado. Desta forma, os fundos de pensão, que são os principais
usuários deste tipo de aplicação, poderão comparar as performances dos
fundos exclusivos dos diversos administradores de recursos existentes no
mercado.
Dos 2.300 fundos que existem em operação, cerca de 350 são exclusivos.
Antes da cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre os
fundos de investimento, que começou em janeiro deste ano, os cálculos
da performance dos exclusivos acabava apresentando grande distorção. A
rentabilidade da aplicação mostrava-se irreal porque toda tributação
proveniente dos saques fora do aniversário retornavam para o
fundo. “Com a entrada do imposto, os cotistas dos fundos exclusivos
estão evitando os saques fora de data, o que permite a análise mais
realista do desempenho”, explica Luís Fernando Affonso, gerente de
fundos da Anbid.
A inclusão dos exclusivos no SI Anbid poderá ser realizada apenas no mês
de setembro pois é necessário avaliar uma série histórica de no mínimo
seis meses antes de inserir um novo fundo no ranking. O índice utilizado
pela Anbid para determinação do desempenho é o Sharpe, que será
calculado de duas formas. Uma delas utilizará uma taxa ideal de retorno
sem risco e a outra será calculada com base na poupança. Os fundos
exclusivos serão classificados separadamente dos outros produtos com
vários cotistas.
A principal dúvida dos analistas de investimentos das fundações e dos
administradores de recursos gira em torno da viabilidade de se comparar
fundos exclusivos, os quais podem ter finalidades totalmente diferentes
um do outro. “As comparações entre os fundos exclusivos podem
apresentar distorções, devido à diferença de objetivos de cada cotista”,
afirma Jair Ribeiro, gerente da área de análise de risco da Eletros. Por
exemplo, um fundo exclusivo criado com a finalidade de concentrar ações
das telecomunicações não pode ser comparado com outro composto por
ações de pouca liquidez.