Edição 38
O fundo de pensão dos professores de Illinois, EUA, com patrimônio de
US$ 19 bilhões, está implantando mudanças profundas em sua estrutura
interna e na sua estratégia de investimentos
O fundo de pensão dos professores de Illinois, EUA, com patrimônio de
US$ 19 bilhões, está implantando mudanças profundas em sua estrutura
interna e na sua estratégia de investimentos. A decisão, tomada em
maio, se deve à má performance do fundo em comparação com outras
fundações, e às críticas do auditor geral do Estado ao pagamento de US$
700 mil em taxas de administração.
O balanço do primeiro trimestre de 98 mostrou que a performance da
fundação ficou abaixo da média, não só no trimestre, mas também nos
períodos de um ano, três anos e cinco anos terminados em março. Os
dados para a comparação foram fornecidos pelo Trust Universe
Comparison Service.
A reavaliação da performance é uma das tarefas que será dada à
Independent Fiduciary Services, de Washington. A consultoria foi
contratada para fazer a revisão todo o processo de administração de
investimentos, pela qual vai receber US$ 275 mil, segundo o jornal
Pension & Investments.
A escolha da Independent Fiduciary Services foi feita por meio de
concorrência, da qual participaram também a William M. Mercer
Investment Consulting, cujo preço era US$ 400 mil, por um trabalho que
incluía a reavaliação dos processos atuariais; e a Dahab Associates, com
proposta de US$ 600 mil.
O trabalho da Independent Fiduciary Services vai incluir: a revisão da
estrutura organizacional e recursos; transações e custos de consultorias;
controles internos; responsabilidades dos consultores; alocação de ativos;
procedimentos e responsabilidades legais; e performance e benchmarks
de investimentos.
As falhas na estrutura organizativa da fundação dos professores de Illinois
gerou uma pendência com a Lazard Asset Management, uma
administradora de recursos que recentemente teve que devolver à
entidade US$ 164 mil cobrados a título de taxas de administração. Tudo
aconteceu porque a diretoria aprovou uma operação que ainda não tinha
sido estudada pelo conselho da fundação.
Divisão – A operação envolvia a divisão de um fundo de small-caps em
dois fundos, um de small-caps de US$ 311 milhões, e outro de mid-caps
de US$ 90 milhões. Isso gerou US$ 164 mil adicionais em pagamento de
taxas de administração.
Depois de várias negociações, a Lazard concordou em devolver o dinheiro.
Entretanto, depois disso, o conselho da entidade aprovou a operação,
permitindo formalmente que a Lazard continuasse fazendo o que já
estava fazendo.
Enquanto aguarda a conclusão do trabalho da Investment Fiduciary
Service, a fundação de Illinois está seguindo algumas recomendações de
investimentos feitas pela Callan Associates, para melhorar sua
performance. A Callan sugeriu o aumento da alocação de recursos em
mercados emergentes para 20% de sua carteira de ações internacionais, o
que é o dobro da posição atual. Em valores, isso representa uma carteira
de US$ 400 milhões.
A recomendação se baseia em estudos quantitativos e qualitativos
que “apontam para uma alocação maior”, diz o vice-presidente da
consultoria, Bill Butterly. Isso coloca a fundação na média do mercado.
A Callan também recomendou que a administração do portfólio
internacional seja passiva, para ajudar a reduzir custos. Além disso, os
administradores externos dessa modalidade de investimento não se
saíram muito bem no ano passado, com a administração ativa.
O conselho da fundação de Illinois também decidiu contratar um diretor de
investimentos, uma função que estava sendo dividida entre o diretor de
ações públicas, Donald Nesbitt, e o diretor de ações privadas, Matt Evans.
A entidade estava sem diretor financeiro desde 1994, quando Thomas
Zimmerman deixou o cargo para abrir seu próprio negócio.
Executivos – Também será contratado um diretor-executivo, cargo que
estava vago há quase um ano, quando Robert Daniels saiu. Para
encontrar dois executivos que se encaixem nessas funções foi contratada
a consultoria Kennedy & Co.
Entre outras mudanças, a entidade está revendo a proposta de fazer um
modelo de contrato único para administradores externos de recursos.
Analisa o argumento de que cada administrador tem necessidades
específicas que não podem ser incluídas num contrato único. A idéia,
agora, é fazer um contrato standard, no qual poderão ser incluídas, à
parte, as características específicas.
A fundação dos professores de Illinois estuda a possibilidade de contratar
uma consultoria para investimentos alternativos.