Edição 38
O Flamengo pode ser o próximo clube de futebol a contar com recursos do
CVC/Opportunity, um fundo de private equity lançado em meados do ano
passado pelo banco Opportunity em associação com o Citicorp Venture
Capital, dos EUA
O Flamengo pode ser o próximo clube de futebol a contar com recursos do
CVC/Opportunity, um fundo de private equity lançado em meados do ano
passado pelo banco Opportunity em associação com o Citicorp Venture
Capital, dos EUA. O fundo, formado com recursos de investidores
institucionais, pretende alocar cerca de US$ 50 milhões para transformar o
time carioca em um clube empresa.
Será o segundo negócio deste tipo do fundo, uma vez que, no início do
ano, ele já adquiriu 51% das ações do Bahia S/A por US$ 12 milhões. O
private equity do Opportunity deve captar, em 1 ano, quando termina sua
fase de integralização, US$ 400 milhões. Esse tipo de fundo viabiliza, pela
primeira vez, investimentos indiretos das fundações no negócio do
futebol, que é uma área inaugurada com a aprovação da Lei Pelé no
começo de 98.
O futebol como alternativa de investimento é uma experiência que
começa a tomar corpo este ano, no Brasil. Além dos clubes citados acima,
Fluminense e Vasco da Gama preparam-se para receber a adesão de
sócios privados – os bancos Bozano, Simonsen e Nations Bank,
respectivamente.
Por ser um negócio inovador, as aplicações nos times de futebol
brasileiros podem apresentar boas perspectivas de rentabilidade. “Desde
que os riscos estejam bem dimensionados, o retorno dos investimentos
em clubes-empresa deve superar os níveis das aplicações tradicionais”,
diz Ivan Mendes do Carmo, gerente da divisão de análise de renda
variável da Sistel, que participa do CVC/Opportunity. A fundação deve
integralizar um investimento de US$ 50 milhões até a metade do ano que
vem.
O private equity tem a proposta de entrar em negócios que apresentem
perspectivas de retorno acima de 20% ao ano. O fundo já investe em
empresas como a Excelsa (energia elétrica), Americell (telefonia celular),
Metrô do Rio de Janeiro (transporte de passageiros), Santos Brasil
(terminais de containers), entre outras e analisa atualmente mais 22
projetos, a maioria na área de infra-estrutura.
A privatização da Embratel é um dos alvos do CVC/Opportunity, que
também espera captar recursos na ordem de US$ 350 milhões dos fundos
de pensão norte-americanos. Além de contar com a participação de 9
fundações brasileiras, o fundo tem ainda investimentos do BNDESpar e do
Citibank.