Chapa de oposição ganha eleição na Previ

Edição 36

A última eleição para renovação de parte da diretoria da Previ, realizada
entre 14 e 22 de maio, foi vencida pela chapa de oposição, com 41,1%
dos votos

A última eleição para renovação de parte da diretoria da Previ, realizada
entre 14 e 22 de maio, foi vencida pela chapa de oposição, com 41,1%
dos votos. Com isso, a oposição ganhou o direito de indicar um membro
da diretoria executiva, dois do Conselho de Administração e quatro do
Conselho Fiscal.
Com a renovação, o diretor Antonio Nogueról sai da executiva e em seu
lugar entra Henrique Pissolatto. Também saem do Conselho de
Administração Humberto Eudes e Francisco Nobre e entram Walmir Camillo
e Paulo Trappe. O Conselho fiscal ganha quatro novos nomes, indicados
pela chapa vencedora.
O nome de Nogueról era um dos mais vinculados à recente mudança do
estatuto da Previ, aprovada no final do ano passado. Juntamente com a
mudança do estatuto, foi aprovada uma troca de um passivo que o banco
tinha com a fundação, de R$ 11,5 bilhões, referente aos funcionários
ingressados antes de 15 de abril de 1967, por sua parte no superávit
acumulado e uma dívida assumida a ser paga em 32 anos.
A discussão sobre a mudança do estatuto e a troca do passivo mobilizou a
fundação no ano passado. O grupo que era contra as mudanças
posicionou-se “pelo não” nas votações, em oposição aos favoráveis,
conhecidos como “pelo sim”. Nogueról era um dos mais ativos defensores
do “pelo sim”.
Os “pelo não” perderam a votação das mudanças, mas organizaram-se
para as eleições de renovação da diretoria e Conselho de Administração,
ganhando dessa vez.

Disputando – É a primeira vez que mais de uma chapa disputa essas
eleições. Dessa vez foram cinco chapas. “Éramos favoráveis à uma chapa
de composição, mas a situação não quis”, diz Fernando Amaral, um dos
principais organizadores do voto pelo “não” na eleição da mudança do
estatuto e que faz parte da chapa vitoriosa agora, como suplente de
diretor.
Amaral é também representante dos funcionários no Conselho de
Administração do banco, com mandato até dezembro de 1999, razão pela
qual não pleiteou outro cargo na chapa vitoriosa. Ele conta que sua chapa
tentou a composição, tanto que dos dois conselheiros eleitos um tinha
votado “sim” na mudança dos estatutos (Walmir Camillo) e outro “não”
(Paulo Trappe). O novo diretor executivo, Henrique Pissolatto, votou “sim”
no 1º turno e “não” no 2º turno, informa Amaral.

Cinco chapas – Além da chapa vencedora (41,1%), a chapa da situação
teve 37,9% e outras três chapas (com divergências tanto com a chapa
vencedora quanto com a da situação) tiveram, respectivamente, 9,6%,
2,3% e 1,5%. Nulos e brancos representaram 7,4% dos votantes (ver
quadro).
Para Amaral, a entrada de membros com pensamento diferente tanto na
executiva quanto no Conselho da Previ não irão atrapalhar o
funcionamento dessas instâncias. “Mas vamos mostrar nossas
divergências quanto ao método de funcionamento dessas instâncias”,
adianta.

Divergências – Entre outras coisas, ele critica a forma como o banco impõe,
na Previ, seus pontos de vista. “Vamos fazer ver que, na Previ, não somos
subordinados ao banco, mas sócios”, afirma.
Na área de investimentos, ele diz que os novos membros farão
questionamento quanto à ausência de um plano diretor de investimentos,
à participação de membros do Conselho da Previ no Conselho de
empresas nas quais a fundação tem participação e na destinação dos
superávits (que devem reverter em benefícios aos participantes).

Apoio ao nome de Parra
Sobre o apoio dado pela Previ ao nome de Francisco Parra para disputar a
eleição da Abrapp, Amaral diz que “não existe, de nossa parte, nenhuma
intenção de rediscutir essa indicação na Previ”.
Além disso, ele afirma que “Parra é um ótimo nome, muito competente, e
que defende as mesmas teses que nós defendemos, de enxergar os
fundos de pensão como um sistema de defesa dos interesses dos
funcionários, e não meramente da empresa”.