Edição 35
As recentes mega-fusões de grupos financeiros, como Citicorp e Travelers,
BankAmerica e NationsBank, e ainda First Chicago NBD e Banc One, não
foram tão monumentais para a área de administração de recursos de
investidores institucionais desses conglomerados
As recentes mega-fusões de grupos financeiros, como Citicorp e Travelers,
BankAmerica e NationsBank, e ainda First Chicago NBD e Banc One, não
foram tão monumentais para a área de administração de recursos de
investidores institucionais desses conglomerados. Nenhum deles figurava
entre os líderes do segmento antes do negócio, e continuam fora desse
ranking.
Segundo o jornal Pension & Investments, um dos melhores exemplos é o
Citigroup – resultado da fusão do Citicorp com a Travelers Group, uma das
maiores do mundo. Os negócios de administração de recursos de
investidores institucionais representam US$ 38 bilhões para os dois juntos,
com o que dificilmente o novo grupo estará entre os 25 maiores. Mas, no
total, o grupo é o maior administrador de recursos dos EUA, com US$
285,2 bilhões.
O BankAmerica-NationsBank ficou numa situação parecida. Administra US$
39,1 bilhão em recursos de fundos de pensão, dos US$ 143,6 bilhões que
tem sob sua administração. Já o First Chicago-Banc One, que foi a menor
das três fusões, se saiu um pouco melhor nesse segmento, com US$ 50,1
bilhões de um total de US$ 108,4 bilhões.
Essas três mega-fusões somam US$ 600 bilhões em ativos administrados,
sendo US$ 220,8 bilhões de fundos mútuos e US$ 137,2 bilhões de
fundos de pensão.
O outro problema que esses grupos têm que administrar é a sensibilidade
dos investidores à reestruturação da área de administração de ativos,
depois das fusões. E as preocupações, muitas vezes, têm fundamento.
O grupo Travelers, por exemplo, ainda estava absorvendo o Salomon
Smith Barney quando foi anunciada a fusão com o Citicorp. O State
Universities Retirement System of Illinois, fundo de pensão de US$ 9
bilhões que tinha US$ 250 milhões sob administração do Smith Barney,
ficou bastante preocupado com a divulgação da notícia.
Para se ter uma idéia melhor do problema, e do tamanho dele, só no
setor de fundos mútuos, o Citigroup tem que fazer a sinergia de três
empresas. São elas: a Smith Barney, com US$ 90 bilhões (10º maior no
ranking da Lipper Analytical Services); a Salomon Brothers Asset
Management, com US$ 8,7 bilhões e a Citibank Global Asset
Management, com US$ 33,9 bilhões.
Na opinião de Steven Niss, vice-presidente da divisão de instituições
financeiras da A.T. Kearney Executive Search, a Citibank Global deve
liderar a reestruturação da área de administração de recursos do Citicorp.
Segundo ele, a empresa vinha num processo de franca expansão nos
últimos meses, representado pela contratação de dois importantes
executivos do segmento.
Mudança – Um deles, Rama Krishna, em março decidiu sair da Alliance
Capital Management, de Londres, onde era vice-presidente senior e
diretor de mercado de ações internacionais, para ocupar o cargo de diretor-
executivo e chefe de mercado de ações globais. Um pouco antes, Peter
Carman havia deixado a direção da área de renda variável da Putnam
Investment Management, para assumir a diretoria de investimentos da
Citibank Global.
Além disso, o Citicorp tinha acabado de retomar seus negócios de gestão
de recursos de institucionais nos últimos anos. No passado, o banco os
havia vendido para a Chancellor LGT Asset Management.
Por outro lado, a fusão do Travelers com o Citicorp inclui a maior
consultoria de fundos de pensão dos EUA, a Smith Barney Consulting
Group, que tem US$ 122 bilhões de recursos sob administração
discricionária, gerenciada por outros administradores. E inclui também o
maior custodiante, o Citibank.
O grupo Salomon Smith Barney tinha ainda três empresas independentes,
voltadas basicamente à administração de recursos de fundos de pensão,
que não sofrerão mudanças. São elas: a Peachtree Asset Management,
com US$ 1 bilhão; a First Madison Advisors, com US$ 110 milhões; e a
Mastholm Asset Management, com US$ 217 milhões.
Já o NationsBank – que se uniu ao BankAmerica – pretende fechar uma de
suas quatro empresas de administração de ativos, a Barnett Capital
Advisors, que tem US$ 10,8 bilhões, e está convidando os clientes a
transferir os seus recursos para uma das outras três. São elas: Trade
Street Investment Associates, com US$ 51,6 bilhões, incluindo US$ 15,2
bilhões de institucionais; Sovran Capital Management, com US$ 5 bilhões
só de institucionais; e Boatmen’s Capital Management, com US$ 2,2
bilhões só de fundações.
Enxuto – O First Chicago-Banc One não deve ter grandes problemas,
porque já tem uma estrutura enxuta. Em dezembro do ano passado, o
First Chicago vendeu sua área de fundos indexados – e com ela um leque
de clientes-fundações – à Northern Trust.
O Banc One trouxe para a parceria US$ 4,8 bilhões em recursos de planos
401 (k). Foi o único dos seis gestores envolvidos nas fusões que forneceu
informações sobre esses planos.