Edição 35
Começa a operar em junho próximo o BNP Asset Management Brasil,
ligado ao francês Banque Nationale de Paris
Começa a operar em junho próximo o BNP Asset Management Brasil,
ligado ao francês Banque Nationale de Paris. A nova empresa pretende
estar administrando, até o final deste ano, R$ 200 milhões em recursos
de terceiros, segundo projeções do seu diretor executivo, André Pires de
Oliveira Dias.
Dias foi para o BNP Asset no final do ano passado, após um ano e meio
como executivo do BBA Capital. Junto com ele, estão o ex-Sudaméris, Luis
Fernando Vasconcellos, que será responsável pela área comercial; o ex-
Deutsche, Jácopo Valentino, que será responsável pela área de pesquisa;
e o ex-Lloyds Asset Management, Marcelo Saddi, que será responsável
pela área de renda fixa. Ainda não está definido o nome do profissional
que ocupará a área de renda variável.
O BNP já opera no Brasil há 40 anos, através de uma representação.
Chegou a ter, inclusive, uma participação no capital do Banco Cidade, que
vendeu há três anos. Em 1996 comprou no Banco Central uma carta
patente, pertencente ao antigo Banco Comercial de São Paulo, passando a
ter direito a operar como banco múltiplo no país.
Com base nessa carta patente foi montado, em maio do ano passado, o
BNP Brasil, com patrimônio líquido de R$ 62 milhões e ativos de R$ 300
milhões. Esse banco, juntamente com o BNP Gestion (braço de asset
management do grupo francês), é que tem o controle da BNP Asset
Management.
A nova empresa de asset vai atuar em três áreas, basicamente: clientes
corporate, clientes private e clientes institucionais. A área corporate será,
inicialmente, a mais forte, pois inicia atividades a partir de base já
estabelecida pelo banco junto às empresas. Aos poucos, porém, as duas
outras devem crescer, a private através de acordos com outros bancos,
corretoras e distribuidoras para venda de seus produtos e a de clientes
institucionais através de uma maior aproximação com as fundações.
“O nome BNP é novo no mercado brasileiro, mas a placa é sólida”, confia
Dias. “Vamos procurar os clientes mostrando o histórico de rentabilidade
dos fundos do BNP Gestion na França, que é excelente, e oferecer a
mesma tecnologia de gestão”. Segundo ele, em 3 dos últimos 7 anos os
fundos do BNP Gestion ficaram em primeiro lugar no ranking de
rentabilidade da revista francesa Mieux Vivre, e em outros 4 ficaram em
segundo lugar.
O BNP Asset deve lançar, em junho, dois FIFs de 60 dias, um DI e outro
tradicional, e a seguir um FIF com derivativo e um fundo de ações. As
taxas de administração dos fundos do BNP deverão ficar “na média do
mercado”, garante Dias. “Vamos cobrar uma taxa de administração fixa
mais uma taxa de performance, da mesma forma como o restante do
mercado está fazendo”.
América Latina – Segundo ele, a nova empresa vai administrar não só os
recursos dos fundos do Brasil mas também dos fundos de ações de outros
países da América Latina, entre eles da Argentina, que tem uma
subsidiária do BNP. Esses recursos da subsidiária argentina são
administrados, atualmente, pelo BNP Gestion, em Paris. Além disso, o BNP
Asset Management Brasil será advisor para fundos de ação off-shore de
América Latina.
A filosofia da nova empresa, segundo Dias, é ser conservadora em renda
fixa e fazer administração ativa para a renda variável. O grupo BNP está
presente em 80 países, possuindo patrimônio líquido de US$ 11 bilhões e
ativos de US$ 320 bilhões. O grupo fechou 1997 com lucro líquido de cerca
de US$ 1 bilhão.
OS NÚMEROS DO BNP BRASIL
Controle: Banque Nationale de Paris
Patrimônio Líquido em Dez/97: R$ 63,37 milhões
Lucro operacional: R$ 1,7 milhão
Lucro líquido: R$ 334 mil