Edição 34
A Banesprev, fundação do Banespa com patrimônio total de R$ 550
milhões, vai terceirizar uma parte de suas aplicações em renda variável,
que representam hoje 25% de seus ativos
A Banesprev, fundação do Banespa com patrimônio total de R$ 550
milhões, vai terceirizar uma parte de suas aplicações em renda variável,
que representam hoje 25% de seus ativos. Ainda não está definido
quanto da carteira de renda variável será colocado sob gestão externa.
Atualmente, todos os recursos da fundação são administrados
internamente.
De acordo com o gerente financeiro da Banesprev, João Augusto Donadil,
a fundação escolherá inicialmente dois administradores externos, através
de “uma rigorosa seleção”. Segundo ele, a corretora do Banespa será
convidada a apresentar sua proposta de gestão dos ativos, da mesma
forma como outras administradoras, não devendo ter qualquer tipo de
privilégio. “A contratação ou não da Corretora Banespa dependerá do que
ela apresentar”, diz Donadil.
Ainda segundo ele, as aplicações em renda variável deverão ser
concentradas em empresas que serão privatizadas, nas áreas de
telecomunicações, de energia e no próprio Banespa. “As empresas que
serão privatizadas terão um ganho de eficiência”, afirma ele. A
privatização, ainda de acordo com Donadil, é o único fator atualmente que
justifica a subida das bolsas.
Os investimentos da Banesprev no mercado de ações ainda não se
recuperaram das desvalorizações do final do ano passado, com a crise da
Ásia. Entre julho e setembro de 97, a renda variável chegou a representar
35% do patrimônio da Banesprev, caindo para 25% em outubro, com as
desvalorizações.
A terceirização é uma forma da fundação continuar investindo em ações
diversificadas, tendo um bom acompanhamento de todo o mercado. “O
mercado é muito dinâmico e as fundações não têm como acompanhar
todos os setores em detalhes”, afirma o gerente. Ele explica que ações
como Telebrás, Petrobrás e outras do sistema financeiro continuarão a ser
administradas internamente e as outras começarão a ser administradas
externamente. Dessa forma, as carteiras próprias passam a representar
um universo mais restrito de investimentos, com menor número de
setores envolvidos, o que deve melhorar seu acompanhamento.
Outro objetivo da terceirização é começar a medir o desempenho da
gestão interna. “É muito saudável”, diz Donadil. “Ficaremos com uma
parte da carteira para avaliar nosso trabalho e trocar informações.” Se der
certo, afirma ele, os recursos terceirizados deverão aumentar. O ganho de
tecnologia e análises de riscos oferecidos pelos gestores externos são
importantes, segundo o gerente, mas não suficientes. Por isso, o
acompanhamento das tendências dos mercados nacional e internacional
continuará a ser feito pela fundação. “Ter administração terceirizada coloca
os recursos cara a cara com o mercado, levando todos a se avaliar
melhor”, diz.