Edição 31
A Bradesco Previdência estará lançando seu fundo de pensão
multipatrocinado
A Bradesco Previdência estará lançando, no início de abril, seu fundo de
pensão multipatrocinado, para atender basicamente às empresas
interessadas em oferecer uma previdência complementar aos seus
funcionários e que não desejam ingressar em um plano aberto. Com o
lançamento, a empresa amplia seu leque de produtos de previdência.
O Multipatrocinado já nasce com quatro patrocinadores, segundo o novo
presidente da Bradesco Previdência, Antonio Lopes Cristóvão. “Mas não
podemos, por enquanto, revelar os nomes desses patrocinadores”, afirma
ele, que assumiu o cargo em substituição a Luiz Carlos Trabuco Cappi,
nomeado para a diretoria executiva do grupo.
Um dos nichos de mercado que o Multipatrocinado pretende explorar é o
das multinacionais que já possuem planos fechados em seus países de
origem e querem criar um fundo de pensão no Brasil, até por alinhamento
estratégico com a matriz. Outro nicho é o das empresas privatizadas, que
mudam de perfil após a venda em leilão, algumas se subdividindo em
empresas menores que podem migrar para multipatrocinados.
Para dirigir o Multipatrocinado foi escolhido o atuário Jair de Almeida, que
já fazia parte do quadro da Bradesco Previdência. “Ele é o homem ideal,
pois conhece a parte técnica para tratar com a SPC, ele sempre deu o
suporte técnico aos planos da Bradesco Previdência”, explica Cristóvão.
O fundo multipatrocinado é apenas uma das várias iniciativas da Bradesco
Previdência para esse início de abril. Além dele, no âmbito da previdência
aberta, a empresa está lançando dois novos produtos, o primeiro
direcionado à clientes vip que buscam uma gestão profissional para seus
recursos (Conta VIP) e o segundo à clientes que querem montar um plano
para arcar com despesas futuras dos filhos (Previ Jovem).
No caso da Conta Vip, os aplicadores não estão obrigados a fazer aportes
mensais, apenas um aporte mínimo inicial de R$ 5 mil e pelo menos mais
um durante o ano. É um produto muito próximo àqueles que oferecem os
private bank, mas formatado por uma empresa de previdência e que
conta com as vantagens fiscais decorrentes desse fato.
No caso do Previ Jovem, a filosofia é de ter contribuições mensais, embora
o aplicador (pai aplicando em nome do filho, por exemplo) possa
flexibilizar sua contribuição de um mês para outro, ou mesmo deixar de
contribuir em um determinado mês. Ao final de um período estipulado, o
titular pode optar por resgatar o plano para custear estudos ou financiar
qualquer outro tipo de iniciativa (resgate de uma vez ou de forma
programada), ou usá-lo para dar início a um plano previdenciário próprio.
Os dois produtos oferecem a garantia de IGPM mais 6%, além de pagar
75% do que exceder esse mínimo (a empresa fica com os outros 25%).
Além disso, têm como atrativos a possibilidade de deduzir do Imposto de
Renda até o limite de 12% da renda bruta. Investem, basicamente, 50%
a 60% dos recursos em renda fixa, 30% a 40% em renda variável, e cerca
de 10% em outras aplicações, como imóveis (até 4%) e aplicações de
curto prazo.
A definição dos dois produtos é resultado de uma pesquisa feita no início
do ano passado pela Bradesco Previdência, que identificou que 60% dos
seus clientes tinham entre 35 e 45 anos. Com os dois produtos, a
empresa pretende atingir as faixas etárias inferior e superior do seu
cliente predominante.
A Bradesco Previdência conta com o sucesso desses lançamentos (todos
para o início de abril) para atingir sua meta de faturar 50% a mais em 98,
sobre os valores de 97. No ano passado, a empresa cresceu 82% sobre
96, alcançando R$ 709 milhões.
O número de participantes chegou a 402 mil ao final de 97, 44,5% a mais
que em 96, e o de empresas conveniadas a 13,9 mil, 146,2% a mais que
em 96.