Edição 30
A estabilidade é agora a palavra de ordem do Fidelity Investments
A estabilidade é agora a palavra de ordem do Fidelity Investments. Há
nove meses, desde quando assumiu o comando da companhia, Robert
Pozen colocou fim às constantes mudanças de administradores de
portfólio. A estratégia adotada foi a de treinar seus profissionais e
promovê-los dentro da empresa, criando uma equipe competente e
afinada com os objetivos de seus produtos.
Em entrevista à Pensions & Investments, Pozen afirmou que não haverá
mudanças nos administradores tão cedo. Para ele, a situação da
companhia com a atual equipe é bastante confortável, mesmo no caso de
Will Danoff , administrador de um fundo de US$ 30,8 bilhões, que ficou
abaixo do índice Standart & Poor’s 500 em mais de 10 pontos percentuais
em 1997.
O analista de fundos da Morningstar Inc., de Chicago, Russ Kinnel,
concorda com a estratégia de Pozen. “Uma das melhores coisas que
aconteceu com o Fidelity foi o fim das constantes trocas de
administradores, promovido por Pozen”, afirmou. “Ele tem sido muito
mais honesto na hora de admitir seus problemas que seus antecessores e
está fazendo o que disse que iria fazer: promover a estabilidade.”
Uma das prioridades de Pozen será diminuir a carga de responsabilidades
de alguns administradores que estão sobrecarregados, como George
Vanderheiden e Bettina Dulton, repartindo um pouco da sua carga de
trabalho com outros administradores de ativos. “Isso pode ser uma
decisão inteligente e uma maneira de amadurecer os administradores
mais novos.” Vanderheiden administra um total de US$ 43,8 bilhões em
vários fundos mútuos. Bettina administra US$ 32 bilhões de três fundos.
Promoções internas- Uma das características da nova fase de estabilidade
é a promoção interna. É parte da cultura da empresa, afirma Pozen,
categoricamente. Os administradores que estão em treinamento são
analistas com cinco anos de experiência, que depois são promovidos para
administrar um dos vários fundos Fidelity‘s Select como sua primeira
experiência. “É um método muito bom e impressionante. Sua
permanência na companhia é definida pela maneira como seleciona os
ativos”, diz.
“Além disso, não há profissionais tão talentosos fora daqui para contratar.
É preferível treinar os nossos”, continua Pozen. A idade média dos
administradores de portfólio na Fidelity é de 35 anos. “Já vejo a hora em
que vão me chamar de ‘vô’, brinca Pozen, que tem 51 anos.
A decisão de Pozen, de promover a estabilidade da equipe de
administração de ativos, veio depois de dois anos de intensas mudanças
na empresa. Em março de 1996, o Fidelity realocou os administradores de
26 dos seus 238 fundos. O grupo foi dividido em oito times, com cerca de
seis administradores em cada um, concentrados em tipos de
investimentos e objetivos similares. Outra mudança afetou nove
administradores em janeiro de 1997.
O presidente Edward Johnson III, explicou as primeiras mudanças na
companhia no relatório anual de 1996. “Poderia ser fácil fazer apenas
algumas mudanças, mas preferimos usar a oportunidade para repensar e
definir a melhor maneira de alavancar nossos recursos e talentos. Nosso
objetivo era confirmar se cada estilo de administrador estava alinhado
com as exigências deste ou daquele fundo. Então, teríamos a pessoa
ideal para cada tipo de investimento.”
A meta do Fidelity parece ter sido alcançada. A performance dos fundos,
melhorou, de acordo com Pozen.
Gestão inconsistente – Para os analistas de fundos mútuos, os
administradores dos grandes fundos mútuos de ações do Fidelity parecem
mais interessados em seguir seu próprio estilo de investimentos do que
bater o mercado. “Eu acredito que o Fidelity esteja reconhecendo que os
patrocinadores dos planos 401(k) não querem, necessariamente, fundos
que atirem sem saber claramente qual o seu alvo. Eles querem uma
administração consistente”, afirma Kinnel, da Morningstar.
Cumpridor – “Os cinco fundos desse tipo do Fidelity começaram a se
comportar como as pessoas esperavam, além de se aproximar das
especificações de mercado ”, afirma o vice-presidente de Dados e
Performance da Callan Associates Inc., de São Francisco, Ivan Cliff.
O fundo Magellan, por exemplo, foi sempre vendido como um fundo de
rápida capitalização. Com base numa análise sobre o retorno do fundo,
Cliff chegou à conclusão que a performance do Magellan foi coerente com
o seu perfil até 1990. Depois, começou declinar. Em 1997, o fundo voltou
a apresentar uma tendência de crescimento, embora ainda seja
tecnicamente uma mistura de ativos de rápida capitalização com primeira
linha.
Primeira linha – O fundo Growth Company era vendido como um fundo
agressivo, com small- caps e mid-caps. Mas, segundo Cliff, seus
resultados estavam mais próximos aos de um fundo de ações de primeira
linha que qualquer outra coisa, embora os administradores do Fidelity
seguissem as suas especificações tal qual foram apresentadas aos
clientes.
Segundo Robert Pozen, o Fidelity está voltando todas as atenções para
manter a consistência da gestão de seus fundos, principalmente dos
fundos mais utilizados por investidores institucionais, como os planos 401
(k). “Nós somos grandes o suficiente para oferecer diferentes tipos de
fundos disponíveis para diferentes tipos de investidores”, complementa.