Edição 30
A fundação Centrus está estudando a implantação de um plano de
contribuição definida para os funcionários do Banco Central
A fundação Centrus está estudando a implantação de um plano de
contribuição definida para os funcionários do Banco Central. A idéia surgiu
com as mudanças nas regras de aposentadoria dos funcionários públicos,
que deixaram de ter direito à aposentadoria integral. “Como o governo só
vai pagar 70% do benefício, achamos que haveria interesse num plano de
complementação”, diz Flávio Roberto de Carvalho, diretor financeiro da
Centrus.
Com a reforma da previdência, todos os funcionários públicos – incluindo 7
autarquias que, como o Banco Central, ganharam em 1990 o direito à
aposentadoria integral – passarão a receber um benefício proporcional de
acordo com os novos critérios estabelecidos pela reforma. Isso poderá
representar uma aposentadoria até 30% inferior ao salário da ativa.
Sem interesse – A Centrus já pensava, desde que deixou de ser
patrocinada pelo BC, em meados de 96, em criar um plano de contribuição
definida para os funcionários que quisessem continuar na fundação e
fazer uma poupança adicional. Mas, como tinham ganho direito à
aposentadoria integral, a maioria dos participantes não demonstrou
interesse em continuar na fundação.
“A maioria dos funcionários preferiu receber o dinheiro da reserva de
poupança de volta”, complementa Carvalho. É que, junto com a
aposentadoria integral, os funcionários do BC ganharam o direito de
resgatar suas reservas acumuladas na fundação corrigidas por sua
rentabilidade.
Agora, com as novas regras da previdência, a situação muda. Com uma
aposentadoria que pode ser até 30% inferior ao salário da ativa, os
participantes podem voltar a se interessar pelo plano de previdência
complementar da Centrus. “Ainda estamos discutindo internamente, para
ver quais seriam as características desse plano, mas pretendemos criá-lo”.
Mesmo sem a entrada de novos recursos, a Centrus continua sendo o
quinto maior fundo de pensão brasileiro, com patrimônio de R$ 3,65
bilhões. Segundo Carvalho, os novos investimentos da fundação estão
sendo feitos com os recursos das aplicações que estão vencendo.
Entre setembro e novembro de 97, a Centrus comprou ações com preços
mais baixos, devido à crise asiática, para vender no mês de janeiro, com
preços em recuperação. Também está comprando alguns CDBs, de 30 e
60 dias. “Estamos operando no curto prazo, buscando rentabilidade de
curto prazo, porque não podemos nos comprometer com investimentos de
longo prazo”, conclui.