Edição 27
Os fundos de pensão, acionistas majoritários da Paranapanema, vão
injetar R$ 200 milhões na empresa
Os fundos de pensão, acionistas majoritários da Paranapanema, vão
injetar R$ 200 milhões na empresa. O investimento é parte de uma
subscrição de debêntures lançadas pelo Bradesco no final de 97, numa
operação total de R$ 483 milhões.
Além dos R$ 200 milhões subscritos pelos fundos de pensão, a operação
contou com R$ 123 milhões do BNDES Par e o restante colocados entre
outros debenturistas.
A emissão servirá para resgatar R$ 130 milhões em debêntures
compradas pelos fundos no ano passado, numa espécie de “operação de
resgate” à empresa, explica Cleber Lemos, gerente de relações com o
mercado da Paranapanema.
A operação atual foi necessária porque o grupo não conseguiu concluir sua
reestruturação financeira no prazo previsto. Entre outros entraves, existia
uma pendência com o BNDESPar sobre as condições do papel que
pretendia emitir.
Segundo Cleber Lemos, as discussões com o BNDESPar eram basicamente
sobre o critério de conversão das debêntures em ações. Originalmente, as
debêntures seriam convertidas em ações ordinárias, que são caras e têm
pouca liquidez, o que acabou sendo mudado.
“Agora, as debêntures são conversíveis em ações preferenciais pelo preço
médio dos últimos sessenta pregões”. Com a mudança, o banco aceitou
trocar R$ 123 milhões em debêntures do grupo, com vencimento em
1999, 2000 e 2001, pelas novas, que vencem em 2.005.
O BNDESPar também abriu mão de uma taxa de juros de INPC mais 8%
ao ano, por outra mais baixa, de INPC mais 6% ao ano. Entretanto, as
novas debêntures dão a possibilidade de participar dos lucros da
empresa. “Os papéis vão pagar INPC mais 6% ao ano ou uma
participação em 15% dos lucros antes dos impostos, a que foi maior”,
explica Lemos.
Os fundos de pensão também vão fazer uma troca parecida com a do
BNDES. Além dos R$ 130 milhões de debêntures do ano passado, vão
entrar no negócio mais R$ 30 milhões em papéis emitidos em 1994, que
rendiam INPC mais 8%.