Edição 26
Cinco fundações das regiões Norte e Nordeste uniram-se para aumentar
sua força na disputa pelas privatizações locais
Cinco fundações das regiões Norte e Nordeste uniram-se para aumentar
sua força na disputa pelas privatizações locais. A Fachesf (Chesf), Faelce
(Coelce), Fasern (Cosern), Faelba (Coelba) e Celpos (Celpe) criaram a
Ennesa, a empresa que vai controlar a participação dos fundos de pensão
nos leilões de privatização. No primeiro do qual participou, em associação
com a Coelba e o grupo espanhol Ibeddrola, conseguiu levar a
Companhia de Energia Elétrica do Rio Grande do Norte (Cosern). O
próximo leilão na mira, o da Coelce (elétrica do Ceará), deve ir a leilão no
início do ano que vem.
A idéia de formar o pool surgiu na época da venda da Coelba, mas só foi
concretizada no início de dezembro. Essa demora impediu que as
fundações participassem do leilão da Energipe, o qual deveria representar
o primeiro passo do grupo. “Ainda faltava acertar alguns detalhes sobre a
composição acionária da empresa”, conta Carlos Garcia, diretor do Banco
Icatu, que é o advisor da Ennesa.
Segundo ele, o objetivo da Ennesa é reunir todas as fundações do Norte e
Nordeste e, eventualmente, outras que queiram participar das
privatizações na região, além das cinco pioneiras. “Essas cinco respondem
por 60% do patrimônio dos fundos de pensão da região, que fica entre R$
2,5 bilhões e 3 bilhões”, garante Garcia.
A Fachesf, por exemplo, já decidiu que vai investir 15% de seu patrimônio
de R$ 500 milhões nesse negócio, informa José do Patrocínio, gerente de
investimento. Segundo ele, o fundo participa da GTD, empresa das
fundações que controla a Escelsa, mas não pretende se restringir ao setor
elétrico. “Nossa idéia é aproveitar as oportunidades do setor de infra-
estrutura, do norte e nordeste”.
Segundo Luiz Loureiro, presidente da Celpos, a fundação – que tem um
patrimônio pequeno, de R$ 160 milhões – vai escolher a dedo as
companhias elétricas que pretende disputar, porque não quer correr o risco
de se concentrar no setor elétrico. “Vamos priorizar pontos como a
atratividade do preço mínimo dos leilões e que funcionem como
plataforma para outros negócios, como distribuição de gás encanado e TV
a cabo”.