Edição 25
O desempenho do setor hoteleiro em 1996 superou o de 1995 em todas
as categorias
O desempenho do setor hoteleiro em 1996 superou o de 1995 em todas
as categorias, aponta estudo divulgado em outubro pela Soteconti, uma
consultoria que anualmente compila e publica os dados do setor. O
levantamento anual de 1996 inclui, pela primeira vez, dados sobre os
flats, um dos segmentos mais rentáveis.
O estudo inclui hotéis e flats das categorias luxo, superior e econômica.
Na média, a receita operacional dos apartamentos nos hotéis aumentou
de US$ 29,70 mil em 95 para US$ 34,50 mil no ano passado, refletindo a
elevação dos preços nas diárias, cuja média saltou de US$ 79,10 para US$
97,10 no mesmo período. Os apartamentos apresentam diárias médias
de R$ 160,90, R$ 75,00 e R$ 42,70 para as categorias luxo, superior e
econômica, respectivamente, no ano passado. Nos flats, as diárias médias
ficaram em R$ 96,50, sendo que as maiores diárias foram as registradas
na capital paulista (R$ 106,60) e as menores nas regiões Norte e Centro
Oeste (R$ 55,70).
Nos hotéis de primeira linha, a maior demanda continua sendo liderada
pelos homens de negócios, e por isso mesmo não deve sofrer os efeitos
da alta nas taxas de embarque internacionais, de US$ 18 para US$ 90, já
que os estrangeiros representam 42,3% dos hóspedes. “Nesse caso ao há
alternativa, eles têm que vir e ponto final”, afirma Ricardo Mader
Rodrigues, um dos responsáveis pelo estudo.
A negócio – O viajante de negócio é o maior usuário dos hotéis de luxo.
Na média, eles são responsáveis por 43,4% da demanda nessa categoria,
contra 34,7% de turistas, 16,6% de grupos de convenções e 5,3% de
outros. Na categoria superior, os viajantes de negócios respondem por
45,5% da demanda, os turistas por 30,8%, os grupos de convenção por
15,2% e outros por 8,5%. Na econômica, negócios são 39,1%, turistas
49,2%, grupos de convenções 7,7% e outros 4,0%.
Nos flats a distribuição é bastante semelhante. Na média 65,8% dos
hóspedes são viajantes de negócios, 11,9% são grupos de convenções e
22,3% são hóspedes individuais.
“O mercado está fixando cada vez mais no hóspede de negócios”, diz
Rodrigues. “Os mercados que dependem do turismo, como o Nordeste,
não estão atraindo turistas estrangeiros, por que o Brasil é considerado
um país caro e sem infra-estrutura de lazer”.
O estudo destaca que a rentabilidade média dos flats foi de R$ 8,80 mil
no ano passado. A maior rentabilidade ficou com os da capital paulista,
com US$ 10,51 mil no ano, a menor com as regiões Norte e Centro Oeste,
com 3,90 mil.
Os maiores investidores em flats ainda são particulares, mas os fundos de
pensão estão aumentando sua participação nesse mercado. A Funcef é
dona do Caesar Towers de São Paulo e, no Nordeste, quatro fundações
compartilham o Transamérica, informa Rodrigues. “Em outros
empreendimentos, os fundos estão presentes junto com particulares”.