Investimentos imobiliários são a bola da vez | Fundação completa ...

Edição 229

Após passar por um processo de enquadramento de sua carteira de renda variável no fim do ano passado, a CBS Previdência concentra seu foco no crescimento de seus investimentos em imóveis. Além disso, com a volatilidade no mercado acionário, a entidade fortalece suas posições na renda fixa, aguardando o melhor momento para voltar a aplicar na Bolsa.

Atualmente, a menina dos olhos da fundação é a construção de um novo shopping em Volta Redonda (RJ), planejado para ser complementar ao empreendimento que a CBS já possui na região, o Sider Shopping. O plano inicial era de expandir o shopping já existente, o que exigia a aquisição do terreno vizinho. Como não houve acordo para a compra, a entidade procurou outro caminho. “Tivemos que buscar alternativas.
Refizemos a pesquisa de demanda que já tínhamos feito e surgiu a ideia da construção de um novo empreendimento”, recorda o diretor financeiro da CBS, Ricardo Esch. O projeto será desenvolvido em conjunto com a patrocinadora, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que cederá o terreno. “Ainda estamos negociando os detalhes de como será estabelecida essa parceria”, informa Esch. A CBS estuda ainda fazer um plano de negócios conjunto para os centros comerciais, para que não haja concorrência entre eles. Assim, as lojas devem ser direcionadas a classes diferentes ou serem complementares. Nesse planejamento, o Sider pode passar por um “retrofit”.
A estimativa é de que o novo empreendimento terá uma Área Bruta Locável (ABL) de 30 mil metros quadrados, com investimento de R$ 100 milhões. No momento, o pré-projeto está em análise na prefeitura da cidade. “Há demanda não só de Volta Redonda, mas do sul fluminense como um todo, o que nos dá condições de investir em um empreendimento desse tamanho”, acredita Esch.
Além do shopping, a CBS analisa outros projetos para ampliar sua carteira imobiliária até o teto permitido pela Resolução número 3.792 do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 8%. A entidade tem hoje cerca de 2% das aplicações nesse segmento, com R$ 70 milhões. Os recursos garantidores da fundação somam R$ 3,7 bilhões. “Hoje, podemos chegar a algo próximo de R$ 300 milhões em imóveis. Com o que temos em análise internamente, já tomamos esse limite”, sinaliza o diretor.
Outra maneira estudada pela entidade de ampliar a exposição a imóveis sem comprometer o limite de 8% é o investimento em fundos e papéis com lastro imobiliário. Esch, porém, preferiu não adiantar detalhes do que está em análise, uma vez que ainda não há indicação de aprovação dessas aplicações.

Mudanças – Depois de realizar o enquadramento de sua carteira de renda variável em dezembro de 2010, a CBS passou a reforçar seu portfólio de renda fixa. Até o ano passado, os investimentos em papéis da patrocinadora chegavam a 56% dos recursos garantidores, enquanto a regulamentação estabelece um limite de 10% para essas aplicações.
Atualmente, a renda variável responde por cerca de 6% dos recursos da entidade, percentual ainda quase totalmente alocado em papéis da CSN.
Há também um investimento em fundo de ações, de R$ 18 milhões. De acordo com o relatório anual de 2010 da CBS, a participação da renda variável chegou a 10% no encerramento do ano, sendo 9,4% referentes a papéis da CSN. “O que aconteceu de lá para cá é que os papéis vêm perdendo valor”, justifica Esch.
Ele acredita que a redução na exposição às ações da siderúrgica foi feita no momento oportuno. “Se não tivéssemos feito o enquadramento, estaríamos com uma situação bem ruim hoje. Em dezembro conseguimos um dos melhores preços”, garante. O informe de rendimento da fundação daquele mês indica uma rentabilidade de 6,08% na renda variável, com uma nota explicativa afirmando que o “resultado apurado com a venda das ações da CSN foi superior à variação no mercado, de 2,145%” .
Ainda está nos planos da CBS voltar a aumentar sua exposição a renda variável. “O ALM que realizamos aponta para uma parcela maior no segmento”, diz Esch. O estudo indica uma alocação objetiva em renda variável de aproximadamente 19% nos planos BD e de 36% no CV. Parte da expansão da fundação na categoria se dará por meio de gestores terceirizados que já foram escolhidos. “Fizemos o processo de seleção e já temos o regulamento dos fundos acertado, mas ainda não alocamos os recursos”, adianta o diretor, sem revelar quais foram as assets eleitas.
Enquanto não chega a hora de reforçar a atuação na renda variável, a entidade aloca em títulos públicos do tipo NTN-B, levando a representatividade da renda fixa a aproximadamente 85% do total de recursos.