Dois novos bancos na gestão da São Rafael

Edição 22

A São Rafael, fundação dos empregados da Xerox do Brasil, passou de
quatro para seis administradores externos

A São Rafael, fundação dos empregados da Xerox do Brasil, passou de
quatro para seis administradores externos, incluindo na lista os bancos
Pactual e Patrimônio, com cerca de R$ 10 milhões cada. Eles se somam
aos bancos Icatú, Unibanco, Itaú e Citibank, dos quais “pelo menos um
deve cair até o final do ano”, afirma Sérgio Zoccoli, controller da fundação.
Dos seis atuais, que representam cerca de R$ 60 milhões em renda
variável, devem sobrar apenas cinco.
Os dois novos, ao contrário dos gestores antigos, deverão administrar os
recursos a partir de fundos de investimento. A estratégia é que, aos
poucos, também os antigos gestores migrem das carteiras administradas
para os fundos de investimento. “Aplicar em fundos é mais vantajoso do
que manter os recursos em carteiras administradas”, considera Zoccoli.
A terceirização das carteiras é a regra na fundação da Xerox Corp, dos
Estados Unidos. Lá, 100% dos recursos do fundo de pensão são
administrados externamente. Outra regra da fundação norte-americana,
que começa a ser adotada pela São Rafael, é a centralização da custódia
em uma única instituição, no caso o Citibank. Aliás, o Citibank faz a
custódia dos papéis também da fundação dos Estados Unidos.
Assim, além de gestor, o Citibank passa a centralizar a custódia de todos
os papéis da fundação, inclusive daqueles administrados por outros
gestores. É a segunda fundação que adota essa política no Brasil. A
primeira foi a IBM, que desde maio deste ano está centralizando sua
custódia e liquidação no banco Chase Manhattan (ver quadro).
A tendência da centralização da custódia é uma das preocupações da
Secretaria de Previdência Complementar, que incluiu em sua proposta de
mudança das regras de atuação das fundações essa obrigatoriedade (ver
reportagem à pág. 4). “A gestão é a inteligência, a custódia só centraliza
as operações”, diz Zoccoli.
O processo de seleção dos dois novos gestores foi iniciado em maio deste
ano, com a convocação de onze bancos para apresentarem propostas. Os
onze, somados aos quatro que já operavam com a fundação, somaram 15
bancos, aos quais foi pedido um disquete com informações sobre a
rentabilidade de suas carteiras administradas de fundações, de outubro de
1994 a abril de 1997, incluindo renda fixa e variável.
Essas carteiras não foram identificadas pelos bancos, aparecendo nos
disquetes apenas como fundação A, B, ou C. Com base nesses dados,
analisados a partir de um dos módulos do sistema de gerenciamento de
informações da São Rafael, o que mede o risco/retorno das aplicações,
foram escolhidos os dois novos gestores. “Só analisamos o perfil de
bancos especialistas em operações com fundos de pensão”, diz Zoccoli.
A São Rafael possui investimentos de R$ 170 milhões atualmente, dos
quais 36% são renda variável. De acordo com Zoccoli, os ativos totais da
fundação devem alcançar R$ 200 milhões até o final deste ano.