Fundações contra a Wet´n Wild

Edição 22

A Ribeirão Preto Water Park, empresa composta por 7 fundos de pensão,
vai entrar na Justiça com um processo de indenização contra a rede
americana de parques aquáticos Wet´n Wild

A Ribeirão Preto Water Park, empresa composta por 7 fundos de pensão,
vai entrar na Justiça com um processo de indenização contra a rede
americana de parques aquáticos Wet´n Wild, a DVS Empreendimentos, a
Intarco Projetos e o Banco Chase. Segundo o escritório de advogacia Wald
& Associados, que está coordenando as ações contra essas empresas,
elas teriam induzido as fundações a um mau investimento no parque
aquático de Ribeirão Preto, oferecido a elas por R$ 13 milhões e que
agora vai custar às entidades R$ 30 milhões.
Tudo começou há cerca de quatro anos, quando as fundações compraram
as debêntures do empreendimento, que esperavam fosse inaugurado no
fim do ano passado. São elas a PSS (Philips), Economus (Nossa Caixa
Nosso Banco), Femco (Cosipa), Previnor (petroquímicas baianas), Fipecq
(CNPQ, IPEA, INPE, e Finep), Lochtite (da empresa de mesmo nome) e
Aeros (Vasp). Mas, depois de dois estouros no orçamento, as obras foram
paralisadas pela metade em setembro de 1997.
De lá para cá, os debenturistas fizeram várias tentativas para resolver o
problema, sem êxito. Uma delas foi buscar outros investidores para
colocar os R$ 17 milhões que faltavam para a conclusão das obras, mas
ninguém topou. Enquanto isso, a Ribeirão Preto Water Park, que já havia
rompido o contrato que tinha com a DVS e estava estremecida com a
Intarco, procurava outros construtores para o parque.

Descredenciamento – Em junho último, a Wet´n Wild notificou
judicialmente a Ribeirão Preto do descredenciamento da franquia do
parque aquático, alegando quebra de compromissos contratuais, entre
eles a paralisação das obras. Foi então que as fundações contrataram a
Wald & Associados e resolveram que a única solução seria a Justiça.
Segundo informações do escritório, já foram cumpridos todos os trâmites
para a ação judicial.
Diante do jogo de empurra-empurra das empresas envolvidas, o escritório
concluiu que todas tinham sua parte de culpa na história. “Foi efetivada
uma notificação responsabilizando a todos pelos problemas que surgiram
na execução das obras do parque aquático, dentre eles a falta de
orçamento confiável e a indução dos investidores a erro nas diversas
ocasiões em que as partes foram instadas a prestar contas e
esclarecimento”, diz nota esclarecedora enviada pelo escritório à esta
publicação.
A Wald considera os principais responsáveis pelo erro a Wet’n Wild, que
vendeu a franquia, a DVS, que incorporou a obra, e a Intarco, que era a
projetista. O banco Chase também foi incluído porque “teve uma
participação forte, sustentando o nível do investimento”, concluiu a Wald.
A indenização pedida pela Ribeirão Preto Water Park vai se basear no que
deixou de lucrar com a não conclusão do parque, levando-se em conta o
que poderia ganhar se o parque estivesse funcionando, segundo as
previsões dos contratos, e a depreciação do que já está construído. Na pior
das hipóteses, as fundações vão esperar de 3 a 4 anos para serem
ressarcidas. “Temos grandes chances de ganhar e receber, já que os
envolvidos têm ativos para pagar”, afirma um dos advogados da Wald.