Axxon compra controle da A.Guerra

Edição 193

A empresa, fabricante de implementos rodoviários, também conta com a
participação minoritária do DEG

Com a estratégia de perpetuar a empresa no mercado globalizado, os
acionistas da A. Guerra, segunda maior fabricante de implementos
rodoviários da América Latina, concretizaram no último mês a venda de
100% de seu capital acionário para o grupo de private equity Axxon e para
o banco de desenvolvimento alemão DEG, que ficou com uma participação
minoritária significativa. O fundo Natixis Mercosul, de U$ 150 milhões, que
o Axxon tem em parceria com o grupo francês Natixis Banques Populaires,
efetuou o aporte. O valor do investimento não foi divulgado e a
negociação durou 8 meses.
De acordo com Marcos Guerra, Diretor Comercial e de Marketing da Guerra,
foi selecionado um investidor com vocação de gestão de negócios e
capacidade de investimento para alavancar a competitividade da
empresa. “Buscávamos um sócio internacional, com poder de
investimentos para novos aportes e a negociação com o Axxon Group
acabou levando para a venda total das ações. Foi uma decisão de
consenso dos acionistas”, afirma.
A entrada do Axxon Group na empresa, além de agregar novos conceitos
em gestão, deve impulsionar seu crescimento sustentável, aumentar a
geração de empregos e possibilitar novos investimentos para promover o
crescimento da companhia e sua internacionalização. “O objetivo é
projetar a empresa a uma posição de player internacional”, diz Guerra.
O diretor revela que o planejamento estratégico da empresa para 2008
será mantido, e estima uma expansão de 20% sobre o desempenho em
2007. As definições para o ano que vem só serão acertadas a partir de
agosto. Os atuais diretores permanecem na gestão em processo de
transição, e os novos investidores deverão imprimir mudanças no
planejamento estratégico dos próximos anos.
Para José Augusto de Carvalho, sócio senior do Axxon, a aquisição
representa uma oportunidade de realizar um investimento no crescimento
diversificado da economia brasileira, aliando a forte presença de mercado
da empresa com a experiência e track record de gestão do
Axxon. “Buscamos a criação de valor nos negócios investidos através de
duas vertentes básicas: crescimento das receitas, com crescimento
orgânico, que seria entrar em novas linhas de produtos correlatas,
promover a expansão geográfica e/ou aquisição, e a segunda seria a
reduzir os custos e despesas, com racionalização dos sistemas produtivos,
implantação de sistemas de controle, melhoramento da gestão e
acompanhamento dos resultados”.
A Guerra também deve se beneficiar com o desenvolvimento projetado
para o setor agrícola, e com aumento do investimento no setor público na
área de infra-estrutura, principalmente no segmento logístico.
A venda da Guerra acontece num momento de ótimo desempenho dos
negócios para o setor de implementos. No ano passado a empresa teve
um desempenho histórico com faturamento de R$ 468 milhões e
crescimento de 54% sobre o ano anterior. O lucro líquido foi de R$ 6,7
milhões – já descontados prejuízo de R$ 11,1 milhões apurados em 2006.
O executivo do Axxon acredita que, dependendo das condições de
mercado, a abertura de capital pode ser uma opção interessante para a
empresa no futuro.
Com capital de U$ 150 milhões e com 2/3 já comprometidos, o Axxon
Group investe em Private Equity no Brasil desde 2001, posicionando-se
como investidor líder ou através de participações minoritárias
significativas. O foco é em empresas médias com faturamento entre R$
50 milhões e R$ 300 milhões, que apresentem oportunidade de
crescimento, criação de valor e possibilidade de liquidez para o
investimento. A gestora tem em seu portfólio as empresas Instalarme,
Mills, Parks SE e Aspro, além de ter realizado saída na Lupatech e
Vertbrands.
A Guerra, sediada em Caxias do Sul, possui 5 fábricas no Brasil e na
Argentina e conta com mais de 1600 colaboradores. A empresa detém
15% do mercado brasileiro de implementos rodoviários e possui uma
variedade de produtos envolvendo graneleiros e implementos para cana-
de-açúcar (agronegócio), tanques (indústria de biocombustíveis, petróleo
e gás), basculantes (mineração, florestal, celulose e indústrias ligadas à
infra-estrutura) e siders, furgões e porta-contêineres (indústria em geral).