Com aumento das reservas, Brasil quer criar fundo soberano

Edição 185

Com as reservas brasileiras atingindo mais de US$ 162 bilhões, o governo
revelou que também estuda a formação de um fundo soberano

Com as reservas brasileiras atingindo mais de US$ 162 bilhões, o governo
revelou que também estuda a formação de um fundo soberano. Na
opinião do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, porém, não
se deve mexer nas reservas e há duas alternativas para compor esse
fundo. O governo pode obter recursos diretamente do mercado ou o BC
pode comprar dólares exclusivamente para a sua criação. Segundo o
ministro do Planejamento, Guido Mantega, o fundo brasileiro poderia
começar com US$ 10 bilhões em ativos. Se as reservas atingem US$ 180
bilhões, uma parcela que exceder a esse valor poderia ser destinada ao
fundo, na opinião de Mantega.
Com crescimento estrondoso nos últimos anos, os fundos soberanos dos
países emergentes, lançados para diversificar a aplicação do enorme
volume de reservas que acumularam, estão na mira dos países
desenvolvidos e do FMI. Enquanto os primeiros consideram necessária
uma regulamentação específica nessa área, posição que já é vista como
protecionismo pelos países emergentes, o FMI teme reflexos fiscais da
atuação dessas instituições para as economias locais. Esses fundos já
acumulam reservas superiores a US$ 2 trilhões e investem em ativos no
mundo todo, incluindo bancos japoneses e norte-americanos.