Edição 184
A Ace Seguros, que tem estratégia bastante conservadora mesmo na
aplicação dos recursos financeiros livres das reservas técnicas
A Ace Seguros, que tem estratégia bastante conservadora mesmo na
aplicação dos recursos financeiros livres das reservas técnicas, mantém
praticamente o mesmo mandato desde que seus investimentos
começaram a ser geridos pela Western, em 2004. “Mas, diante do cenário
de juros decrescentes, algumas pequenas mudanças começam a ser feitas
e uma avaliação mais profunda da estratégia está em curso”, relata o
diretor financeiro, Daniel Gonzalez.
Por enquanto, a companhia só investe em títulos públicos e a carteira
estava consolidada em um ano apenas. Mas, recentemente, a Ace decidiu
alongar uma parcela da carteira para vencimento em dois e três anos,
adequando o prazo ao do pagamento dos chamados sinistros judiciais de
responsabilidade civil. Além disso, diversificou as aplicações, trocando
títulos pós-fixados por pré-fixados. Como o Brasil se aproxima do
investment grade, as mudanças poderão ser mais significativas no médio
prazo e incluir aplicações em papéis privados de renda fixa, revela
Gonzalez. “O negócio de seguros já está ligado ao risco, não se pode ir
além disso. Ações, por exemplo, não fazem parte do portfólio da Ace em
lugar nenhum”, acrescenta. No balanço semestral, a seguradora registrou
investimento total de R$ 196 milhões, com crescimento de 37% sobre o
mesmo período de 2006.
Na última reunião do comitê de investimento da companhia, em julho, a
Western apresentou algumas simulações baseadas em combinações
diversas de carteira, perfis e graus de risco, para a análise de eventuais
mudanças. “Agora, em outubro, será feita avaliação da performance e das
diretrizes futuras”, afirma João Morais, chefe da área de produtos da
gestora.