Cyrela suspende emissão mas atrai fundo inglês

Edição 183

A crise no mercado de hipotecas imobiliárias nos Estados Unidos não
afetou o ânimo de pelo menos um investidor estrangeiro no setor
imobiliário brasileiro

A crise no mercado de hipotecas imobiliárias nos Estados Unidos, que
abalou as bolsas de todo o mundo, não afetou o ânimo de pelo menos
um investidor estrangeiro no setor imobiliário brasileiro, que se mantém
aquecido. A Cyrela Commercial Properties (CCP) divulgou, em meados de
agosto, que o fundo de investimentos inglês Sloan Robinso aumentou a
participação acionária na companhia, passando a 6,28% do total das
ações ordinárias da CCP, que foi constituída a partir da cisão da Cyrela
Brazil Realty (CBR), em abril deste ano. Nessa divisão, a CCP ficou com os
negócios de compra e incorporação para locação de edifícios corporativos,
shoppings centers, galpões e centros de distribuição, bem como a
administração dessas propriedades, e a CBR com os negócios na área
residencial.
Mesmo com a queda das ações da CCP e de outros papéis do setor
imobiliário, na esteira da turbulência nas bolsas, analistas financeiros
consideram que o cenário brasileiro continua sendo muito bom para o
setor, pois o juro continua baixo, a inflação sob controle e a economia se
mantém estável. Mas, como outras empresas que fizeram registros de
oferta pública recentemente, a CCP também suspendeu a emissão de
mais ações que pretendia realizar à espera de redução da volatilidade.
Segundo avaliação da consultoria CB Richard Ellis, o portfólio da CCP é de
R$ 1,271 bilhão. “O segmento comercial tinha um valor escondido dentro
da Cyrela”, afirma Dani Ajbeszyc, diretor de relações com investidores. Em
julho, a CCP incorporou a Andradina Empreendimentos Imobiliários, o que
adicionou 19.960 m² de área locável em edifícios “Triple A” ao seu
portfólio. A incorporação foi feita através de troca de ações, tornando a
Andradina acionista da CCP e detentora de 18,2% do capital da
companhia.