Proman vai para fundos de pensão

Edição 165

Furnas, Fapes e Aceprev finalizaram em setembro o negócio que transfere
para eles 100% da Proman

As fundações Real Grandeza (Furnas), Fapes (BNDES) e Aceprev (Acesita)
finalizaram em setembro o negócio que transfere para eles 100% da
Proman (Produtores Energéticos de Manso), consórcio que controla 30% da
usina de Rio Manso, localizada no município matogrossense de Chapada
dos Guimarães. Os outros 70% da usina pertencem à Furnas.
A operação começou a ser montada em 2002, quando os fundos de
pensão acertaram com o consórcio (Construtora Norberto Odebrecht e da
Servix Engenharia) a compra da Proman pelo valor de R$ 37 milhões,
incluindo nesse pacote 10 mil debêntures e 100 mil ações sem valor
monetário. Embora as debêntures tivessem sido transferidas para os
fundos na data da operação, as ações, por dependerem de autorização
especial das autarquias envolvidas, além da SPC e CMN, só passaram
para a carteira dos fundos no último mês de setembro.
Como o contrato do consórcio previa que a distribuição de rendimentos
seria feita exclusivamente através das debêntures, as ações foram
subscritas sem valor monetário. Por isso, na finalização da operação esse
lote de ações foi repassado para os fundos pelo valor simbólico de um
centavo de real cada, totalizando R$ 1 mil. Segundo o diretor de
investimentos do Real Grandeza, Ermindo Cechetto, o negócio foi
aprovado pelo Conselho de Investimento em março de 2002 na condição
de “excelente negócio”. De acordo com ele, as debêntures acumulam
rendimentos de 34,7% desde a compra até o final de 2005. Ou seja,
14,57% ao ano. “Nossos objetivos estão sendo plenamente atingidos, não
houve distorções dos números esperados”, avalia.
A fundação Aceprev entrou com R$ 6,2 milhões no negócio. Segundo a
diretora-presidente do fundo, Nélia Maria de Campos Pozzi, a estruturação
da operação foi demorada e minuciosa. “Tivemos de fazer negociações,
ajustes e acertos com os outros fundos para compor o quadro acionário.
Foi uma medida longa, mas necessária”, diz.
A negociação foi intermediada pela Bull Finance Securitizadora. Segundo a
diretora de relações com investidores dessa empresa, Nancy Turíbio
Guimarães, a compra de energia garantida por Furnas até 2035 –
renovável por mais 35 anos – praticamente zerou o risco hidrológico da
operação. A Proman detém um volume físico de energia, estabelecido nos
contratos que formalizam a concessão, independente da geração de
energia da usina.
Além disso, a empresa fez um contrato de swap (troca) com Furnas para
antecipar o recebimento do volume físico de energia – o que lhe dará uma
concentração, nos cinco primeiros anos, de pouco mais de 75% da sua
energia firme. Em troca, por um contrato de Power Purchase Agreement
(PPA), a Proman se comprometeu a vender a totalidade de sua energia à
Furnas.