Edição 16
Bastante difundidos nos Estados Unidos, os fundos de aplicações em cotas
(FAC) começam a ganhar destaque no Brasil
Bastante difundidos nos Estados Unidos, os fundos de aplicações em cotas
(FAC) começam a ganhar destaque no Brasil, resultado da crescente
sofisticação do sistema financeiro. Na prática, operam como fundos de
fundos, uma vez que aplicam os recursos em fundos de investimentos
financeiros, os FIF. Ou seja, o administrador do FAC compra cotas de
fundos de outras instituições financeiras e de fundos variados. “A grande
vantagem é a flexibilidade para se obter uma boa rentabilidade com risco
diluído”, observa Fernando Ganme, diretor da administradora de recursos
independente, Checkinvest Asset Management.
A redução gradual dos juros diminuiu os ganhos das aplicações em renda
fixa, que estão deixando de ser interessante aos olhos do investidor um
pouco mais agressivo, ao mesmo tempo em que a valorização das bolsas
e dos mercados de derivativos chama sua atenção para operações mais
ousadas. E a indústria de fundos, cada vez mais, cria produtos
diferenciados.
Hoje, existem fundos de ações, por exemplo, com carteiras específicas de
ações de primeira linha, outros de segunda linha, outros ainda com papéis
de empresas de energia. “Os FACs permitem que se monte uma carteira
com papéis de todos esses fundos criando uma série de alternativas para
os clientes”, explica o diretor responsável pela área de fundos da
Corretora Coinvalores, Randolf Haynes.
Liquidez – Segundo Haynes, outra grande vantagem proporcionada por
esses produtos é a liquidez diária. Isso significa que o gestor pode deixar
uma determinada posição de um dia para outro. “Essa característica é
importante quando se trabalha nos mercados de forte volatilidade”,
observou. O executivo se refere aos mercados de derivativos (câmbio e
juros futuros, mercado de títulos da dívida. Bovespa e BM&F), sujeitos às
ações de especuladores e, justamente por isso, podem garantir grandes
lucros ou grandes perdas. Por isso, é importante ter agilidade para mudar
de posição.
Não existem muitos fundos nesses moldes no mercado. A Checkinvest, na
verdade, é a única instituição que opera exclusivamente FACs com cotas
de fundos de terceiros. A Coinvalores dispõe de um produto com essas
características, mas oferece também aos seus clientes FACs com cotas de
seus próprios fundos e não apenas de terceiros, a exemplo de alguns
bancos comerciais. O Itaú tem uma boa carteira de FAC, mas abastecida
exclusivamente com cotas de seus próprios fundos.
Os dois produtos da Checkinvest são o Max Check e o Check Linear. O
primeiro está em operação desde o início do ano passado. É um fundo de
aplicação em cotas de 12 diferentes FIFs do mercado, alguns pertencentes
a bancos como Opportunity, Bozano, Simonsen e Tendência. O fundo
vem acumulando uma rentabilidade de 18,48% em 1997, contra uma
variação de 8,54% dos Certificados de Depósitos Interbancários no
mesmo período. O Check Linear, também de 60 dias, investe somente
em fundos de outra administradora de recursos independente, a Linear,
cujo um dos sócios é o ex-presidente do Banco Central (BC), Ibrahim Eris.
É um dos fundos mais agressivo e que vem acumulando neste ano uma
rentabilidade de 18,16%..
A partir de 1º de julho, a empresa começará a operar o Check Carteira
livre com cotas dos FIF existentes no mercado na modalidade carteira
livre – fundos que investem parte na renda fixa e parte em ações. Nessa
modalidade, o BC permite que sejam aplicados um mínimo de 95% em
fundos de ações ou fundos de carteira livre, ou no máximo 5%em cotas
de FIF ou títulos de renda fixa.
A Coinvalores tem o Coinvalores Global, o terceiro melhor fundo em
derivativos na categoria risco/retorno, segundo pesquisa realizada no ano
passado pela revista Exame em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas.
O FAC compra cotas de 13 FIFs do mercado. No ano passado acumulou
uma variação equivalente a100,18% do CDI, contra 105% do Max Check.
Neste ano, vem acumulando uma rentabilidade de 116,42% do CDI.