Edição 12
No mundo todo, os fundos de pensão tem aumentado o seu peso
“No mundo todo, os fundos de pensão tem aumentado o seu peso, como
ofertantes de capital de investimento de prazo mais longo”, afirma o
economista da Universidade de Campinas (Unicamp), Luciano Coutinho,
que fará a palestra de abertura do seminário “Fundos de Pensão: Novo
Fator de Desenvolvimento na América Latina”. O seminário, organizado
pela Unicamp e que conta com o apoio da Abrapp e de outras entidades
internacionais representativas de fundos de pensão e da área bancária,
ocorrerá nos dias 24 e 25 de abril, no prédio do Word Trade Center, em
São Paulo.
Para Coutinho, os fundos de pensão privados que os países latino-
americanos estão criando (ver, na página ao lado, resumo de estudo do
banco Salomon Brothers sobre os fundos de pensão na América Latina),
na esteira da iniciativa chilena, cumprem um importante papel de
estabilizadores da economia. “Eles robustecem o sistema financeiro,
aplicando a longo prazo”, explica o economista, que fará no seminário
uma apresentação sobre “O Desenho de um Modelo de Financiamento do
Desenvolvimento para a América Latina”.
No Brasil, os fundos de pensão poderão disponibilizar capital para
investimentos em áreas de infra-estrutura e de bens de longo ciclo de
produção, os quais sempre dependeram de recursos do setor público,
avalia Coutinho. Entre esses, cita os setores de saneamento ambiental, o
setor elétrico, de telefonia e as indústrias de capital intensivo. Para o
economista, entretanto, o direcionamento dos recursos dos fundos de
pensão para essas áreas não deve ser compulsório, mas sim resultado
dos atrativos que elas possam oferecer em termos de rentabilidade a
longo prazo.
Segundo Coutinho, o governo deveria adotar uma política tributária “mais
benigna” em relação aos fundos de pensão e também aos outros
investidores institucionais que representem, de algum modo, “a formação
de poupanças estáveis para o país”. Ele sugere que esse tipo de
investidor possa gozar de tratamento tributário diferenciado e privilegiado,
dependendo dos prazos em que aplica. “É preciso estimular a formação de
poupança nacional estável”, diz.
É essa poupança interna que será a sustentação dos investimentos do
país, permitindo a redução da dependência dos financiamentos externos.
No estudo do Salomon Brothers, fica claro pelo exemplo chileno e de
outros países asiáticos de rápido crescimento nos últimos anos, que a
formação de poupança nacional é fundamental. No caso chileno, a
poupança nacional supera inclusive as taxas de investimento do país.
Com uma poupança nacional que equivale a 27% do seu PIB, o Chile tem
investido em média 26% do PIB, alcançando na década passada taxas
anuais médias de crescimento de 7%.
Expositores – O seminário contará, ainda, com as exposições de Andras
Uthoff, da Cepal (tema: A contribuição dos fundos de pensão ao
financiamento do desenvolvimento na região); Flávio Rabelo, professor da
Unicamp (tema: A contribuição dos fundos de pensão no
desenvolvimento do mercado de capitais e na modernização dos
sistemas empresariais); Fernando Nogueira da Costa, professor da
Unicamp (tema: A contribuição dos fundos de pensão em infra-estrutura
project finance, financiamento e capitalização de pequenas empresas,
venture capital e apoio ao desenvolvimento tecnológico). Além dos
palestrantes, devem participar dos debates dirigentes de fundos de
pensão, de instituições bancárias e membros do governo.
Ficha técnica do seminário
TEMA
• Fundos de Pensão: Novo Fator de Desenvolvimento na América Latina
DATA
• 24 e 25 de abril
LOCAL
• São Paulo – Edifício Word Trade Center
ORGANIZADORA
• Unicamp
PATROCINADORAS
• Abrapp – Associação Brasileira de Fundos de Pensão
• Fiap – Federacion Internacional de Administradoras de Fondos de
Pension
• Konrad Adenauer Stiftung
• BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
• OISS – Organizacion Íbero-Americana de Seguridad Social
CO-PATROCINADORAS
• NAPF – National Association of Pension Fund – UK
• ABA – Associação da Alemanha
• AFP – Asociacion de Fondos de Pensiones – Chile