Western Asset pretende lançar fundos de renda fixa no exterior

05-03-2015  –  17:03:36

 

Embora os fundos de investimentos no exterior disponíveis no mercado local para os fundos de pensão domésticos estejam mais focados em ativos de renda variável, principalmente em bolsa americana, a Western Asset pensa em aproveitar a Instrução CVM 555 para lançar fundos com estratégias em renda fixa global no começo de julho, quando a nova regulamentação entra em vigor. A Instrução trouxe mudanças importantes para os fundos de investimento, principalmente no que compete à flexibilização de investimentos no exterior.

“Já estamos com tudo engatado para o lançamento de dois feeders de renda fixa. Um de macro opportunities e outro de global core”, afirma Marc Foster. O macro opportunities funciona como um multimercado com exposição em crédito privado, dívida soberana e moeda, todos alocados em diferentes partes do mundo. “É uma estrutura que tem crescido muito lá fora nos canais de private banking”, destaca. O fundo é de retorno absoluto.

Já a estratégia global core é composta de títulos de crédito privado, geralmente em papéis e empresas americanas. “Nos Estados Unidos, é considerado um fundo ‘arroz com feijão’, tão básico quando os nossos fundos DI, presente no portfólio de todo gestor de renda fixa”, diz.

Foster reconhece, contudo, que a demanda dos institucionais, quando cogitam investimentos no exterior, vem do mercado de ações dos EUA. “De qualquer forma, pretendemos lançar mais um feeder de ações junto com os dois de renda fixa, e ele não precisa estar exposto a papéis dos Estados Unidos. Como a Western pertence à Legg Mason, que possui várias outras assets globais, a única coisa que precisamos fazer é criar o fundo e ligá-lo a uma das subsidiárias do grupo”, complementa.

Ainda assim, Foster acredita que a maior demanda será por bolsa americana, já que o mercado europeu ainda não deslanchou entre os institucionais. “A bolsa europeia está mais barata sim, mas isso acontece porque a Zona do Euro está enfrentando os mesmos dilemas de anos atrás: estagnação com a crise, Grécia em risco de default, FMI e Banco Central negando novos aportes. Esse assunto é velho. Na verdade, ele nunca saiu da pauta”, analisa.
A expectativa é lançar os fundos logo em julho, mas ainda não há projeção de captação. “Estamos conversando com institucionais e com os nossos distribuidores parceiros”, diz.