13-01-2016 – 13:08:44
A visão da equipe econômica do Santander sobre as principais variáveis macroeconômicas do país para 2016 divergem em pontos importantes da maior parte do mercado. Para a Selic, por exemplo, que no último relatório Focus, divulgado na segunda-feira, 11 de janeiro, os agentes ouvidos pelo BC preveem que suba dos atuais 14,25% para 15,25% até dezembro, a equipe do banco, liderada por Mauricio Molan, projeta que a taxa encerra o ano em 13%.
No relatório, os especialistas do Santander dizem que não enxergam razões para o Real ter novas rodadas de desvalorização expressivas daqui para frente, embora a volatilidade elevada deva prosseguir. A projeção para a taxa de câmbio ao fim do ano é de R$ 4,10, ante R$ 4,25 do consenso ouvido pelo Focus. Como consequência de uma desvalorização cambial menor, os economistas do Santander entendem que teremos em 2016 alguma desinflação – a projeção do banco para o IPCA no ano é de 7%, estimativa do banco que se aproxima mais da mediana do mercado; o Focus aponta 6,93%. “Por conta disso, estamos mais cautelosos do que a maioria no mercado em relação a novas rodadas de aperto monetário”, diz o relatório da instituição financeira. “Talvez algum aperto adicional seja útil para domar as expectativas de inflação, mas um choque parece desnecessário”.
Sem um novo e dolorido aperto monetário, a atividade econômica do país deve começar a se estabilizar em meados de 2016, avalia o banco, que ressalta, no entanto, o efeito de carrego muito negativo do ano anterior, que vai prejudicar o desempenho do PIB futuro. Para o crescimento do Brasil em 2016 a estimativa do Santander aponta para uma retração de 2%, contra 2,99% dos economistas ouvidos pelo Focus. “Como consequência de nossas premissas, estamos menos preocupados do que a maior parte do mercado sobre as perspectivas para os níveis de inadimplência, que devem se deteriorar, mas de maneira limitada”.