19-05-2016 – 17:18:09
Embora o mercado brasileiro tenha dado um voto de confiança ao governo interino de Michel Temer, os detalhes, a aprovação e a implementação do pacote de ajuste fiscal permanecem incertos, diz Alejandro Martinez-Cruz , estrategista de renda fixa do HSBC para América Latina, em relatório. Por isso, prossegue o especialista, a decisão do banco é de permanecer posicionado nos vértices mais curtos dos juros futuros, onde a volatilidade e os riscos são menores. “As taxas longas oferecem um prêmio limitado por eventuais desapontamentos políticos”, escreve o estrategista.
“O maior risco para nossa estratégia é o novo governo desapontar em entregar um programa de ajuste fiscal de credibilidade”. No fim do ano passado, diz Cruz, títulos de dez anos no mercado brasileiro de renda fixa tinham um excesso de prêmio de risco de 350 bases points. “Esse generoso colchão foi quase todo esgotado, deixando pouco espaço para desapontamentos políticos”.
A implementação de uma política fiscal de credibilidade, aponta Cruz, é muito importante para reduzir a inflação e, ao mesmo tempo, derrubar as taxas longas dos juros futuros. “Acreditamos que um revés na implementação da política irá limitar qualquer recuo na ponta longa da curva. Por isso, preferimos seguir posicionados nas durations curtas, ao menos até que a perspectiva para a política fiscal se torne menos incerta”, escreve o estrategista do HSBC. “O valor no mercado brasileiro de renda fixa segue na ponta curta da curva. Nossa principal exposição continua no DI para janeiro de 2019, que nos níveis atuais ainda oferece um bom retorno”.