19-01-2017 – 17:07:20
O plano de desligamento incentivado dos Correios, anunciado no final do ano passado, deve afetar o plano de benefício definido saldado do fundo de pensão de seus empregados, o Postalis. Os Correios fizeram uma estimativa de que dos 17,9 mil funcionários elegíveis, cerca de 8 mil devem aderir ao plano de demissão, sendo que desses, 6,8 mil são participantes do plano BD do Postalis.
Um estudo realizado pela Mercer Gama, encomendado e divulgado pelo próprio Postalis, calculou que dentro dessas premissas, as provisões matemáticas do fundo de pensão devem aumentar em R$ 190,9 milhões, elevando o déficit do plano no mesmo valor. Já o aumento mensal no pagamento de benefícios deve ser de R$ 10,5 milhões. O Postalis encerrou novembro de 2016 com R$ 42,9 milhões em pagamento de benefícios no plano BD e R$ 7,15 milhões em provisões matemáticas.
O plano BD do Postalis é deficitário e atualmente o fundo de pensão tenta recuperar ativos inadimplentes do Brasil Sovereign II Fundo de Investimento de Dívida Externa (Fidex), que fez aplicações indevidas em papéis com lastro na dívida da Argentina e da Venezuela. Desde então, o Postalis e o BNY Mellon – administrador e gestor do fundo – travam uma disputa judicial para determinar os responsáveis pelas perdas ocasionadas ao fundo de pensão. O fundo de pensão também cobra dos Correios o pagamento imediato da Reserva Técnica de Serviço Anterior (RTSA), cujo pagamento está suspenso pela patrocinadora desde março de 2014. “O sucesso dessa atuação é essencial para minimizar tais impactos”, diz o fundo de pensão em comunicado.