03-12-2015 – 14:19:04
O gestor de recursos Pátria Investimentos tem reforçado atuação na América do Sul e a principal novidade é que está olhando novamente para oportunidades na Argentina. “Até agora pouco não podíamos nem falar em Argentina para o investidor. Com o novo governo, isso deve mudar”, disse Otávio Castello Branco, sócio do Pátria Investimentos e responsável pela área de infaestrutura. O executivo diz que com a vitória de Maurício Macri à presidência da Argentina, o país pode recuperar a credibilidade necessária para atrair investimentos externos.
“Já estamos olhando para a Argentina. A hora que a credibilidade voltar, podemos voltar a investir em setores, como por exemplo, energia”, comentou Castello Branco em almoço com jornalistas em São Paulo. O Pátria já possui investimentos em países da região. Cerca de 20% do fundo 2 de infraestrutura (Pátria Infraestrutura II) está investido na América do Sul. O maior investimento do fundo está concentrado na empresa Latin America Power (LAP), que desenvolve projetos de pequenas hidrelétricas e energia eólica no Chile e no Peru. O Pátria investe também em projetos no Paraguai e Uruguai – setor de hidrovia.
Para o fundo 3 (Pátria Infraestrutura III), o gestor pretende manter a mesma distribuição dos investimentos, ou seja, entre 20% a 25% na América do Sul e o restante no Brasil. O fundo 3 de infraestrutura captou US$ 1,7 bilhão. Ao todo, o Pátria captou cerca de US$ 4 bilhões entre 2014 e 2015. Além do veículo voltado para infraestrutura, o gestor captou US$ 1,8 bilhão para o fundo 5 de private equity, e R$ 500 milhões para o fundo 3 de Real Estate.
BTG Pactual – O Pátria está acompanhando a situação de crise do BTG Pactual, mas seus sócios disseram que não estão negociando nenhum dos ativos controlados pelo concorrente. “A gente está acompanhando, mas não tem nada que eu possa dizer, preciso me posicionar para comprar esse ou aquele ativo. Continuamos focados em nossas teses”, disse Castello Branco. O executivo explicou que o BTG Pactual é um concorrente que atua no mundo do private equity e de infraestrutura, então há alguns investimentos que coincidem, mas que o Pátria não está negociando nenhum desses ativos. “Estamos acompanhando com perplexidade o que está acontecendo, mas não tem isso, olha vou comprar algum desses ativos”, comentou Castello Branco.
O Pátria tem buscado uma atuação com private equity e infraestrutura bastante diferenciada do BTG Pactual. O Pátria tem dado preferência para investir em ativos de empresas privadas, ficando mais distantes das concessões de infraestrutura enquanto o concorrente tem uma série de investimentos mais relacionados com o setor estatal – exemplo da empresa de sondas Sete Brasil. Apesar da linha de atuação, a equipe de infraestrutura do Pátria considera que podem surgir boas oportunidades em concessões de infrestrutura no futuro. “Estamos muito mais animados com as novas concessões do que com os ativos já existentes”, disse Castello Branco. Ele ressalta que há um alto risco judicial e operacional de se adquirir ativos já existentes que acaba inibindo o aproveitamento de supostas oportunidades de aquisição no atual momento.
Ver matéria na edição 277 de dezembro e janeiro de 2016