11-01-2016 – 12:19:30
Tendo em vista a desvalorização que a bolsa brasileira tem registrado nos últimos três anos – só em 2015 a queda do Ibovespa foi de 13,3% — algumas oportunidades começam a surgir em empresas de boa qualidade com a precificação de suas ações feita pelo mercado abaixo de seu valor justo, diz o gestor Luis Stuhlberger, no relatório de seu fundo multimercado Verde referente ao ano de 2015 e com as perspectivas para 2016. Os níveis de preços de ações voltaram aos patamares de 2009 segundo análise do gestor da Verde Asset Management.
“A queda na bolsa brasileira permite lentamente acumular posições em empresas de qualidade a múltiplos atrativos”, escreveu o gestor no relatório de dezembro do Verde, que em 2015 teve uma valorização de 28,67%, frente aos ganhos de 13,23% do CDI no período. Ainda no mercado brasileiro, o fundo também está comprado em juro real.
Em sua visão sobre os principais fatores que já tem gerado impacto no preço dos ativos nos primeiros dias de 2016 no front doméstico, Stuhlberger aponta a troca no comando do ministério da Fazenda, e a regulação do rito de impeachment por parte do Supremo Tribunal Federal, o que “ ajudou a reduzir a probabilidade efetiva deste”. O relatório do fundo cita ainda o aprofundamento do ‘credit crunch’, com empresas de primeira linha, simbolizado por uma grande concessionária de transportes, que teve sua emissão de debêntures precificada a 124% do CDI; “quase 18%, imaginemos quanto estão pagando as empresas menores”, questiona o documento.
Já em relação ao mercado global, na parte de ações o Verde tem mantido posições um pouco menores que o padrão recente; e no mercado de câmbio, montou posições comprado em dólar contra o Real, o Renminbi e o Euro. Sobre os principais acontecimentos ao redor do mundo que o gestor prevê que devem atrair a atenção dos investidores nos próximos meses, estão a primeira alta dos juros pelo Fed, e a aceleração do processo de desvalorização da moeda chinesa.
Ações Brasil – Outro fundo da Verde Asset, focado apenas em renda variável, o CSHG Unique Long Bias, aponta duas empresas de energia, Equatorial e CPFL, como exposições relevantes que ele vai levar para 2016. A ação do Itaú, que foi destaque no portfólio do fundo em 2015, perdeu espaço diante dos desafios macroeconômicos do país, mas ainda segue com espaço expressivo na carteira. “Já estamos assistindo às ações de excelentes empresas chegarem a preços atrativos, mas nossa preocupação com a piora da renda da população no final de 2015 e em 2016, somada ao desequilíbrio fiscal do governo, nos leva a ter mais cautela com as decisões de compra”, diz o relatório do fundo de ações da asset.