Grandes investidores reduzem ações e ADRs brasileiras, diz BNY Me...

15-07-2015  –  18:31:31

 

Os dez maiores investidores globais reduziram exposição em ativos de bolsa de empresas brasileiras. Desde 2010, a redução foi de 37%, e desde 2013, houve retração de 34%. Por outro lado, há outros investidores que não tinham exposição aos ativos de companhias brasileiras que estão demonstrando maior interesse em investir em ações e ADRs.

“Havia grande aumento de interesse desde 2004, que foi crescendo até 2010 e 2011, do investidor em ações e ADRs listadas na Bolsa de Nova York, não apenas dos americanos, mas também do Canadá, Europa e parte da Ásia. Mas temos constatado nos últimos anos uma queda no valor por parte dos maiores investidores globais, que estão reduzindo exposição ao Brasil”, explica Nuno da Silva, chefe da área de DRs para América Latina do BNY Mellon. Ele participou do Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, realizado em São Paulo, nos dias 14 e 15 de julho.

O executivo do BNY Mellon comenta que, por outro lado, há novos investidores que demonstram interesse crescente em investir nos papeis de bolsa de companhias brasileiras. “Há novos investidores entrando no Brasil, devido a valuation dos ativos, pois os múltiplos estão atrativos. Percebemos alguns investidores que não investiam antes, que não são especializados em mercados emergentes, são os value players”, conta Silva.

Com base em dados públicos da SEC (Security Exchange Commission), Nuno Silva, mostra que o volume dos 10 maiores investidores globais estão em queda desde 2010. Porém, ele não tem dados consolidados que mostrem a ascensão de outros investidores, chamados por ele de value players. 

Em relação aos problemas causados pelo contexto de crise política e econômica, Nuno da Silva, limitou-se a dizer que existe uma percepção genérica de investidores americanos e de alguns outros mercados que há problemas de credibilidade no Brasil. “É uma percepção genérica, há problemas de credibilidade no Brasil, é visível internacionalmente. Então, os investidores consideram uma situação um pouquinho desconfortável, que pode afetar decisões de investir ou não”, diz Silva.

Em todo caso, apesar dos problemas de confiança, o executivo do BNY Mellon acredita que o estrangeiro continua olhando para as oportunidades do mercado brasileiro. “Os investidores continuam interessados no Brasil, mesmo com as dificuldades, o país continua apresentando oportunidades. O que está ocorrendo é que as estratégias estão mudando. Hoje as estratégias macro de se investir na bolsa brasileira está dando lugar a uma alocação de stock picking”, diz Silva. Ele se refere à tendência de alocação em empresas brasileiras específicas com bons fundamentos.