10-09-2015 – 17:39:59
Após a perda de grau de investimento devido ao rebaixamento do rating soberano do Brasil pela Standard&Poor’s, a equipe de economistas do Itaú ampliou as projeções do IPCA de 9,3% para 9,5% em 2015, e de 5,8% para 6,5% no ano que vem. Com isso, a projeção para inflação em 2016 coincide com o teto da meta do Banco Central, segundo relatório assinado por Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú. “A maior incerteza doméstica, em um contexto internacional desfavorável, reduz os preços dos ativos no Brasil, inclusive a taxa de câmbio, e eleva a projeção de inflação”, diz o relatório.
Com a nova análise, a equipe do Itaú projeta o dólar a R$ 4 para o final do ano e para R$ 4,25 para o final de 2016. Com a depreciação do real, aumenta a pressão inflacionária. “A nova rodada de depreciação cambial adiciona pressão sobre os preços da economia”, diz o relatório. Os economistas do Itaú preveem ainda que a inflação mais alta torna “o cenário de queda dos juros no próximo ano menos provável”. A previsão é que a taxa Selic se mantenha em 14,25% até o fim de 2016.
Queda IPCA – Apesar do aumento da pressão inflacionária previsto para 2016, o IPCA de agosto desacelerou, ficando em 0,22%. O resultado ficou bem próximo das expectativas do mercado, segundo Boletim Focus, que era de 0,23%. O IPCA de agosto também ficou próximo da previsão do Itaú, de 0,20%. Para setembro, a equipe do Itaú projeta IPCA de 0,50%, puxado principalmente pelo aumento das passagens aéreas e dos alimentos in natura. Estes dois itens foram justamente os que mais caíram no mês de agosto e contribuíram para a queda do IPCA no mês.