08-10-2015 – 13:29:23
Convocado para depor na CPI dos fundos de pensão da Câmara dos Deputados, o gestor Fabrizio Neves não apareceu e a sessão prevista para esta quinta-feira, 8 de outubro, foi cancelada. O executivo era responsável pela gestão do fundo Sovereign, que provocou perdas da ordem de R$ 250 milhões para o fundo de pensão dos Correios, o Postalis. O fundo investiu irregularmente em títulos das dívidas argentina e venezuelana.
Os dirigentes do fundo de pensão já esperavam pela ausência do gestor. “Ele não foi localizado, deve estar fora do país e dificilmente deve retornar”, diz Antônio Carlos Conquista, presidente do Postalis, que participa do Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, que acontece em Brasília.
O Postalis move uma ação na Justiça contra Neves e que envolve também o administrador do fundo, o BNY Mellon. “Vamos continuar com a mesma estratégia de cobrar as perdas na Justiça”, diz Conquista. O BNY Mellon teve os bens bloqueados pela Justiça e teve que recorrer a uma carta-fiança para cumprir as exigências judiciais. O banco tem recorrido em instâncias superiores, mas o Postalis acumula algumas vitórias.
“A expectativa é que a ação deva chegar ao Supremo Tribunal de Justiça para uma decisão mais definitiva”, prevê o presidente do Postalis. Já em relação à recuperação de perdas proveniente do gestor Fabrizio Neves, praticamente não há expectativa de que haja alguma forma de reaver os recursos. Segundo informações não oficiais, Neves já teria um acordo em andamento com a SEC (Securities and Exchange Commission) para pagamento de uma multa para encerrar o processo com o órgão de regulação do mercado americano.