25-08-2015 – 11:18:51
A recente escalada do dólar ante o real nas últimas semanas não deve aumentar a pressão sobre a inflação em 2015.A moeda americana fechou em R$ 3,55 neste segunda-feira, 24 de agosto, no maior nível em 12 anos. “A oscilação do câmbio demora um certo tempo para afetar a inflação, leva em média uns 6 meses”, diz Evandro Buccini, economista da Rio Bravo Investimentos. Com o dólar mais alto, os preços dos importados tendem a sofrer reajuste, o que pode induzir o aumento dos produtos nacionais.
O boletim Focus do Banco Central desta semana, apontou uma ligeira oscilação nas previsões para o IPCA de 2015. A previsão caiu de 9,32% para 9,29%. É a primeira vez depois de 17 semanas que a previsão para a inflação apesenta queda. Em compensação, a previsão para 2016 foi elevada de 5,44% para 5,50%. Já a queda no PIB prevista pela média do Focus foi ampliada de 2,01% negativos para 2,06%.
“A queda nas previsões para o IPCA para este ano pode ser explicada por alguns fatores técnicos como as notícias positivas do aumento das chuvas, o que deve desacelerar o aumento dos preços das tarifas de energia elétrica”, diz Buccini.
O economista da Rio Bravo explica que, apesar do impacto do câmbio na inflação para o próximo ano, a previsão para o IPCA de 2016 é bem menor que para este ano. “A deterioração da atividade econômica é o principal fator que deve reduzir a pressão inflacionária no ano que vem. Veja o nível de desemprego que está subindo além das expectativas”, conta Buccini. A taxa de desemprego do IBGE alcançou 8,3% no segundo trimestre de 2015, o maior nível desde 2012.