15-05-2015 – 13:47:56
Desde que ganhou a concorrência, em outubro passado, para fazer a gestão de um fundo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem como objetivo fomentar o mercado de acesso da Bolsa, a asset do Brasil Plural vem sondando entre os fundos de pensão possíveis ativos que têm potencial para compor a carteira, estimada em R$ 250 milhões.
Segundo Carlos Eduardo Rocha, sócio responsável pela gestora do Brasil Plural, a asset vem sendo procurada por algumas fundações que têm em suas carteiras ativos “inadequados”, geralmente participações em empresas que passam por dificuldades e precisam ser reestruturadas. “Muitos ativos dentro dos institucionais poderiam compor o fundo do BNDES. A Brasil Plural pode aproveitar a sinergia de diversas áreas do grupo, como consultoria, fusões e aquisições e investment banking, para se tornar sócia da fundação nessas empresas, reorganizando a gestão e abrindo seu capital na Bolsa”, explica Rocha.
Entre os segmentos que mais têm interessado a Brasil Plural para compor o fundo do BNDES é o de educação, serviços e varejo.
A asset, que figura o ranking Top Asset, da Investidor Institucional, como uma das que mais cresceram no segmento de fundos de pensão e regimes próprios no ano passado, pretende estreitar o relacionamento com esse tipo de cliente por meio desse trabalho de consultoria, estratégia que deverá ser bastante impulsionada por meio da gestão do fundo do BNDES.
“Há uma crescente demanda dos institucionais para o trabalho de recuperação de ativos, serviço que tende a expandir ainda mais com o atual cenário econômico de recessão e a consequente dificuldade que muitas empresas enfrentam para quitar pagamentos pendentes. A alta na inadimplência pode trazer mais problemas para as fundações que investem nessas empresas”, afirma Rocha.
Recentemente, a Brasil Plural ganhou uma concorrência da Petros para recuperação de ativos em default, espalhados pelas carteiras da fundação. Além do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, a gestora tem outros quatro clientes na prestação deste mesmo serviço. Uma delas é a Metrus. Rocha não revelou os nomes das demais entidades.
Com mais de R$ 12 bilhões sob gestão, a Brasil Plural apresentou um crescimento de quase 70% no ano. Somente no ramo de fundos de pensão, cliente de quem administra R$ 1,7 bilhão de recursos, a alta foi de 78% no período.
Se incluirmos na conta todas as aquisições feitas nos últimos anos, o grupo Brasil Plural é responsável pela gestão de R$ 23 bilhões em recursos de terceiros, somando as carteiras da Geração Futuro, adquirida em 2012, as do Espírito Santo Investiment Bank (Besi), negociadas no segundo semestre de 2014, e a Triar, gestora de grande fortunas criada em parceria com a Financial Services e a Tribeca Partners, anunciada em dezembro do ano passado.