BNP Paribas eleva previsão do IPCA para 8% em 2015

06-02-2015  –  15:35:19

 

Após o IBGE divulgar o IPCA de janeiro, que acelerou para 1,24% (ante 0,78% de dezembro), na maior taxa mensal desde fevereiro de 2003, o BNP Paribas elevou de 7% para 8% sua projeção para a inflação em 2015. Em relatório assinado por Marcelo Carvalho e Gustavo Arruda, destaca que a equipe de renda fixa do banco recentemente elevou sua previsão para o dólar de R$ 2,70 para R$ 3,05 no fim de 2015. “Uma moeda mais fraca não é uma boa notícia para a inflação”, escrevem os economistas.

Eles lembram ainda que o provável racionamento de água neste ano irá favorecer um aumento dos preços alimentícios, já que a água para irrigação do agronegócio será fortemente impactada. “Por fim, à luz de receitas fracas, em meio ao crescimento baixo do PIB, o aumento de impostos parece cada vez mais necessário se as autoridades realmente quiserem entregar o resultado fiscal primário prometido. Mais uma vez, não são boas notícias para a inflação”, destaca a equipe do BNP Paribas.

Já o Credit Suisse também elevou sua previsão, de 7,1% para 7,8%, com a justificativa de um aumento da possibilidade de racionamento de energia elétrica. A equipe econômica do banco destaca o aumento das chances de passarmos por um racionamento de energia elétrica, que pressupõe um corte de 10% no consumo a partir de maio. Caso essa hipótese se concretize, a projeção do Credit Suisse para o PIB vai de contração de 0,5% para 1,5% em 2015, e do câmbio, de R$ 2,90 para R$ 3,10, o que teria impacto direto na inflação. Para conter a alta dos preços nesse ambiente, o banco prevê que o BC irá elevar a Selic para 14%, ante os 13% projetados anteriormente.

Com o resultado de janeiro, em 12 meses o IPCA estoura o teto da meta de 6,5%, ao atingir 7,14%. Em 2014, o alto nível da inflação, que fechou o ano em 6,41%, impediu algumas entidades fechadas de baterem as metas atuariais de seus planos de benefícios. No último boletim Focus, anterior à divulgação do IPCA de janeiro, os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) projetavam a inflação em 7,01% para o ano.