O Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima) projeta que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) vai manter a Selic em 15% ao ano nas duas últimas reuniões de 2025. A expectativa do grupo é que a taxa básica de juros seja reduzida gradualmente ao longo de 2026 e chegue a 12% ao ano em dezembro.
O grupo é composto por 26 economistas de instituições associadas à Anbima. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom, para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro. Para o grupo, o primeiro corte ocorre em janeiro do ano que vem, para 14,75%, seguido de três quedas de 0,50 ponto ainda no primeiro semestre. A segunda metade do ano será marcada por novos cortes, para fechar o ano em 12%.
“O fato de a atividade econômica e a inflação estarem dando sinais de desaceleração deve levar o Copom a ganhar convicção no funcionamento da política monetária, reduzindo a taxa de juros no ano que vem”, diz Fernando Honorato, coordenador do grupo.
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) deste ano foi reduzida de 2,20% para 2,11%. Os economistas estimam que a atividade econômica vai crescer menos em 2026, finalizando o ano que vem em 1,80%.
As expectativas para inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), também foram reduzidas de 4,8% para 4,5% ao final deste ano e para 4,20% em dezembro de 2026.
A projeção para a taxa de câmbio ao final deste ano caiu de R$ 5,50 na projeção anterior para R$ 5,40 agora. “O Fed [banco central norte-americano], entretanto, deu sinais de que pode pausar a queda de juros nos Estados Unidos em dezembro, o que pode interromper a desvalorização da moeda norte-americana no mercado global”, explicou Honorato.
Na análise da política fiscal, os economistas avaliam que a dívida bruta do setor público encerrará este ano em 79,50% do PIB. A estimativa para o déficit primário deste ano foi reduzida de 0,52% para 0,50% do PIB.