Anbima projeta início do ciclo de queda da Selic para janeiro

O Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima, composto por 26 economistas de instituições associadas à entidade, projeta que o Copom manterá a Selic em 15% na última reunião de 2025, que acontece nesta quarta-feira (10/12). A expectativa é que a taxa básica de juros comece a recuar em janeiro, com um corte de 0,25 ponto percentual. Para os economistas, haverá três quedas consecutivas de 0,50 ponto cada no primeiro semestre do ano que vem, seguidas por outros cortes que levarão a Selic a 12% no final de 2026.

Em relação à inflação, a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano foi levemente revisada para baixo, passando de 4,5% para 4,4%. Para 2026, a projeção recuou de 4,2% para 4,0%. “Nossa avaliação é que há um espaço considerável para o Banco Central cortar os juros ao longo de 2026 diante de uma atividade que já vem demonstrando desaceleração, como mostrado no resultado do PIB do terceiro trimestre, e com menos incertezas em relação às questões tarifárias com os EUA”, afirma David Beker, vice-coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima.

A projeção de crescimento do PIB deste ano passou de 2,1% para 2,2% e, para 2026, foi mantida em 1,8%.

Na análise do cenário externo, os economistas das casas estrangeiras preveem que o Fed (Federal Reserve), o banco central americano, realize um novo corte na taxa de juros dos EUA nesta semana, com dúvidas sobre o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho doméstico, entre outras preocupações no radar.

No câmbio, a estimativa para o dólar permaneceu em R$ 5,40 ao final deste ano e em R$ 5,50 em 2026.

Na avaliação da política fiscal, a previsão para a dívida bruta do setor público ficou em 79,5% do PIB neste ano e em 83,8% em 2026, com as dúvidas em relação aos benefícios tributários no horizonte. 

David BekerAnbima
David Beker, vice-presidente do Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima