CFA Institute faz planos para crescer no Brasil

Edição 218

 

O crescimento do mercado financeiro na América Latina e, principalmente, no Brasil, traz à tona não só questões sobre regulamentação, melhores práticas e governança, mas também uma preocupação em relação à ética nos negócios. Com esse foco, além de educação e excelência profissional, o CFA Institute vê a região como um mercado que não tem prestado a devida atenção ao assunto nos últimos anos e onde se deve buscar um incremento de agentes certificados.
Especificamente no Brasil, a atuação do CFA Institute se iniciou com o estabelecimento de um acordo com o Insper, que deverá usar pelo menos 70% do programa certificador do CFA em sua grade curricular. A ação do instituto norte-americano ainda prevê buscar parcerias com outras instituições de ensino, além de realização de cursos preparatórios em parceria com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e da discussão de ações conjuntas com reguladores do mercado como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central.
O diretor administrativo sênior do CFA Institute, Bob Johnson, diz que o crescimento das certificações pelo CFA no Brasil se dará no longuíssimo prazo. “Temos que falar de gerações”, aponta. Johnson acrescenta que, no curto prazo (um período de cinco anos), a entidade deve focar seus esforços em atrair mais pessoas para o programa. “Quanto mais pessoas se tornarem membros, mais irão demandar que os agentes desse mercado possuam a certificação”, resume. Segundo ele, é preciso adquirir, primeiro, uma massa crítica de pessoal certificado.
No mundo todo, há cerca de 100 mil profissionais certificados pelo instituto.
A América Latina responde por menos de 1% desse montante, com apenas 968, sendo pouco mais de um terço disso no Brasil. Segundo o executivo, no Canadá, país que tem aproximadamente o mesmo número de “profissionais do investimento” que o Brasil, há 12.381 membros do CFA.
As informações são de estudo da International Labour Organization. “Isso mostra o enorme potencial do Brasil”, comenta.
O presidente do conselho do instituto, Thom Welch, vai além. “O Brasil é um desses mercados em que temos que ter sucesso. Não seremos uma organização de sucesso global se não o alcançarmos em um dos principais países emergentes.”