Edição 164
A forte demanda das companhias abertas brasileiras pela participação no Brazil Day 2005 reflete de maneira indiscutível a evolução de um mercado que tem, cada vez mais, saído do discurso para a prática no que diz respeito a estratégias de sustentabilidade e governança corporativa. Com muito para mostrar aos investidores internacionais, empresários e profissionais do mercado global, as empresas brasileiras já compreenderam que é irreversível e crescente o movimento de modernização e adesão às práticas internacionais de respeito ao investidor e às regras de boa governança.
Assim como os fundamentos econômicos do País, as companhias abertas brasileiras que marcam presença em Nova York este ano vivem um momento particularmente favorável, o que amplia as perspectivas de manutenção de um fluxo expressivo de investimentos estrangeiros destinados às ações dessas empresas. Ao mesmo tempo, esse movimento contribui também para consolidar a evolução do mercado interno como um todo, que ganha a influência positiva de fatores como a harmonização contábil e a adequação às exigências da Lei Sarbanes- Oxley, entre outros aspectos responsáveis pelo aumento da transparência e da ética.
Esse ciclo virtuoso está baseado em grande parte também na mudança estratégica vital que ocorreu no relacionamento das empresas com seus investidores. O esforço conjunto de diversos segmentos, em particular o dos profissionais de Relações com Investidores, permitiu acelerar a velocidade de evolução. Graças aos avanços registrados tanto no nível corporativo como regulatório, e pela iniciativa de todas as entidades que têm trabalhado para integrar o mercado de capitais brasileiro aos padrões internacionais de excelência, a expectativa do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) é de que essa vitrine brasileira na Bolsa de Valores de Nova York seja fortalecida a cada evento, multiplicando o número de empresas participantes, patrocinadores e apoiadores.
O público reunido em Nova York já sinalizou que está disposto a avaliar com muita atenção o desempenho das companhias e do País. Entre os melhores “produtos” expostos nesse Brazil Day, vale destacar os resultados expressivos já obtidos pela Bolsa de Valores de São Paulo com seus programas de popularização e democratização do acesso ao mercado e de valorização dos níveis de governança corporativa.
É inquestionável, nesta terceira edição do Brazil Day em Nova York, que a comunicação adequada de informações aos agentes do mercado global já é um dos instrumentos mais importantes para alavancar o crescimento de negócios. Profissionais de RI, empresários e analistas, assim como as autoridades reguladoras do mercado têm consciência de que a captação de recursos externos é hoje muito mais do que uma estratégia financeira. Adequadamente preparadas e bem articuladas pelos departamentos de RI, as operações das companhias brasileiras no exterior assumem o papel de posto avançado do País no cenário internacional, contribuindo também para fortalecer a confiança dos investidores na economia nacional.
Ao levar suas informações diretamente aos investidores internacionais, analistas e empresários reunidos em Nova York, as empresas, autoridades e entidades organizadoras mostram os principais requisitos para atender à demanda de um grupo cada vez mais diversificado de investidores que busca conhecimento sobre o desempenho, evolução e perspectivas concretas de sustentabilidade das companhias brasileiras.
O Brazil Day 2005 é organizado pela Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais), Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores).
Marco Geovanne Tobias da Silva é presidente do Comitê Organizador do Brazil Day 2005 e vice-presidente do Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores).