Terrorismo e mais incerteza | O fim das previsibilidades coloca o...

Edição 104

O ataque terrorista às torres gêmeas do World Trade Center de Nova York e às instalações do Pentágono, com dezenas de milhares de vítimas inocentes, chocou o mundo civilizado pela sua selvageria e barbárie. Um ou vários grupos terroristas unidos, não se sabe ainda, ousaram mostrar ao mundo que nada nem ninguém está a salvo deles e de suas ações de destruição em massa, desde que sirvam para demonstrar o grau de sua intransigência política.
O mundo civilizado, de forma unânime, solidarizou-se com a nação norte-americana nesse episódio lamentável e sangrento. Além do aspecto humano da tragédia, cujas conseqüência dezenas de milhares de famílias vão carregar pelas próximas décadas, o episódio coloca os fatos econômicos do mundo numa perspectiva desconhecida. “A partir de agora, a previsibilidade não existe mais”, analisou o diretor executivo do Deutsche Bank Investimentos, David Gotlib, em uma conferência por telefone promovida por esta revista com quatro dos principais dirigentes da indústria de administração de recursos de terceiros.
O fim da previsibilidade nos acontecimentos políticos e econômicos do futuro próximo lançam sobre os países emergentes, entre eles o Brasil, uma nuvem de incerteza. Dependendo do crescimento e das atividades econômicas do mundo civilizado para crescer também, os emergentes tateiam para tentar avaliar qual o cenário mais provável, se haverá retaliação norte-americana, em que intensidade, contra quem, se haverá resposta por parte dos terroristas, se o consumidor norte-americano vai se retrair etc. Da resposta a essas perguntas fundamentais depende a economia do mundo nos próximos anos.
Foi para tentar lançar alguma luz sobre essas questões que promovemos essa conferência por telefone (“conference call” na sua expressão original) com os quatro dirigentes da indústria. Esperamos que ela ajude nosso leitor a entender um pouco mais as implicações do ataque à Nova York.