Taxas em queda | O rebaixamento das taxas é um má notícia para as...

Edição 99

Entrevistamos, nas últimas duas semanas, mais de uma dezena de empresas de asset management para falar sobre a tendência de queda generalizada das taxas de administração para ativos de fundos de pensão. A resposta obtida pela repórter Valdete de Oliveira junto às assets e às fundações, que são as maiores beneficiadas dessa queda, é que as taxas não só estão caindo como podem declinar ainda mais.
O diretor de investimentos da Funcef, Luiz Cazetta, diz isso claramente. Para ele, o mercado de asset ainda tem gorduras, na forma de taxas, a cortar. Em recente renegociação que fez com seus gestores de carteiras de renda fixa, a Funcef conseguiu taxas abaixo de 0,1% ao ano, menores até do que aquelas obtidas pela SPC no processo de seleção dos gestores para as carteiras das fundações em processo de liquidação ou intervenção.
Para o mercado de asset, principalmente para aquelas de menor porte, essa é uma péssima notícia. É sinal de que o mercado vai ficar mais competitivo, a briga vai ficar mais braba. A queda das taxas, que vai representar uma redução do faturamento das asset mesmo que essa tenha mantido o volume de recursos administrados, vai levar muitos gestores ao desespero. Para manter o faturamente, eles vão ter que aumentar em 50%, 60%, 100% o volume de recursos administrados. É possível que nesse processo de disputa por mercados, muitos acabem deprimindo ainda mais as taxas.
O limite das quedas é o desinteresse das melhores assets, das mais capacitadas, daquelas que possuem as melhores equipes e as melhores tecnologias, por esse mercado. Se e quando isso começar a ocorrer, aí estará o limite das baixas.
Os dirigentes das fundações estão testando os limites. Pelo jeito, pelas respostas do mercado das assets, parece que esse limite mínimo ainda não foi tocado. Do contrário, já existiriam empresas de gestão de ativos abandonando esse mercado e partindo para a exploração de outros nichos.