Edição 81
Esta edição estava em fechamento quando, na sexta-feira 7 de julho à tarde, o Banco Central resolveu sinalizar ao mercado que a tendência de baixa das taxas de juros prosseguiria e que o viés de baixa adotado na última reunião do Copom seria exercitado. Pouco mais de 18 horas da sexta-feira, com os mercados já fechados, o BC anunciou que os juros básicos cairiam 0,5 pontos percentuais, para 17%.
À essa altura, nossa entrevista com o diretor de política econômica do BC, Sérgio Werlang, já tinha se encerrado (tínhamos entrevistado Werlang naquela tarde, poucas horas antes de o BC anunciar a queda das taxas) e ele não havia sequer sugerido o movimento. Disse, genericamente, que a politica de queda das taxas estava vinculada ao desempenho da inflação. Assim, embora esta revista esteja circulando depois de anunciada a taxa de 17%, não insistimos nesse ponto na entrevista com Werlang.
Embora sem comentar sobre os juros, ele deu um indicador importante para os fundos de pensão e os administradores de recursos em geral, ao falar sobre a resolução de nº 2.720 do Conselho Monetário Nacional. Mostrando que acompanha de perto o tema, disse que reconhece que pode haver problemas com essa resolução e que o governo está atento para evitar que eventuais problemas contidos nela gerem distorções no mercado de capitais, estando disposto a mudar os pontos mais incoerentes. Disse que as sugestões dos representantes das várias entidades de classe e profissionais do mercado estão sendo analisadas, para aperfeiçoamento da resolução. Por si só, essa declaração já dá alguma tranqüilidade ao sistema.
Voltando à questão da queda das taxas de juros, antes mesmo dela ocorrer nossa pesquisa quinzenal sobre Cenários de Investimento já mostrava que o mercado acreditava que essa era a direção, tanto que apontava os juros pré-fixados e o mercado de ações como os investimentos mais interessantes do momento. Realmente, nas últimas semanas as bolsas de valores tem apresentado um movimento bastante animador.
Os juros em queda e um aperfeiçoamento da 2.720 por parte do governo são ótimas notícias para o mercado de capitais.