Retrato com data marcada

O ranking Top Asset que apresentamos nesta edição traz um total de 150 gestores de recursos, com um volume sob gestão de R$ 2,63 trilhões. Esse volume é 0,96% inferior em relação ao Top Asset anterior, publicado há 6 meses, e apenas 2,47% superior ao do Top Asset de 12 meses atrás. Esses resultados, por si só, dão um cenário bastante desanimador do desempenho da indústria de gestão de recursos no último ano.
Embora não seja possível traçar um quadro exato de quanto contribuíram percentualmente para esses resultados ruins a baixa rentabilidade das aplicações e os saques dos aplicadores, podemos concluir que, no final das contas, uma coisa puxou a outra e a baixa rentabilidade foi a maior culpada. Se estivessem satisfatórios os retornos, é provável que os aplicadores não sacassem (salvo no caso daqueles que sacam para aplicar em ativos reais ou na produção) e até realizassem novos aportes. Esperamos que no próximo Top Asset, que deve circular em setembro, os volumes voltem a crescer.
Além da publicação do 33º Top Asset, esta edição também traz reportagem sobre o início do processo de investimento no exterior pelas grandes fundações. Animadas com isso, as casas gestoras que oferecem produtos lá fora já começam a se preparar, definindo o portfólio de fundos que consideram mais adequados ao perfil dos institucionais brasileiros. Na briga estão pesos-pesados da área de gestão, como BlackRock, JP Morgan, Franklin Templeton e Schroders, entre outros.
Outro tema desta edição é a iniciativa de um grupo, surgido no Sindapp, para criar uma estrutura de autorregulação dos investimentos dos fundos de pensão. Baseado no modelo criado pela Anbima para a indústria de fundos de investimento, a iniciativa do Sindapp pretende atuar como um contraponto à fiscalização
da Previc – Superintendência Nacional de Previdência Complementar. “O objetivo é criar uma estrutura que faça o contraponto em relação à atuação dos órgãos estatais”, explica na reportagem o diretor-presidente da Fundação Sanepar (Fusan) e diretor do Sindapp, José Luiz Taborda Rauen. Ele é um dos mais envolvidos com esse tema.