Quem faz a história | Contamos, nesta edição, um pouco da históri...

Edição 83

Dois assuntos mereceram destaque especial nesta edição: a entrevista que o presidente da Anapp, Luiz Carlos Trabuco Cappi, deu à esta revista como uma espécie de balanço intelectual de sua gestão na entidade, após dois mandatos consecutivos, e a história da Petros, escrita por Alexandre Sammogini.
No caso da entrevista de Trabuco, o que vemos é uma conversa que flui com clareza sobre temas que para muitos parecem distantes no tempo, como a época em que muitos consideravam uma heresia se falar de entidades de previdência privada com fins lucrativos. Debates sobre migração de planos de benefício definido (BD) para contribuição definida (CD), então, só eram afeitos aos técnicos da área. Foi nesse ambiente que cresceu a entidade e as empresas da área de previdência privada aberta, que já somam hoje mais de R$ 14 bilhões em reservas.
Para Trabuco, um dos muitos que ajudaram o sistema a dar esse salto, ainda há bastante trabalho a fazer. O crescimento mais consistente depende de se ampliar o conceito da portabilidade, de se permitir o resseguro dos benefícios de risco na previdência, além de um tema novo que ele levanta, que é o fundo blindado. Esse fundo, feito sob medida para municípios, limitaria seus investimentos a ativos precificados a mercado e de fácil avaliação. Segundo Trabuco, sua proposta baseia-se num tipo de fundo semelhante que existe nos EUA, o 452B.
A proposta feito pelo presidente da Anapp, que em breve será substituído no cargo por Fuad Jorge Noman Filho, da Brasilprev, promete mobilizar discussões. O que propões Trabuco é usarmos a experiência dos EUA, onde o produto já existe e é usado com essa finalidade, ao invés de reinventarmos a roda.
O segundo assunto que merece destaque é o conjunto de três reportagens que Alexandre Sammogini escreveu sobre a história desse que foi o primeiro fundo de pensão brasileiro constituído sobre bases técnicas, sobre uma estrutura atuarial, a Petros. Para contar a história da fundação, Sammogini conversou com as pessoas que estiveram na linha de frente da construção da Petros, 30 anos atrás.
Além de relembrar os fatos pitorescos, Sammogini entrevistou o atual presidente da entidade, Carlos Flory, contratado pelo fundo há 1 ano para mudar sua trajetória, de um fundo em processo de envelhecimento para um fundo em processo de rejuvenescimento. E Flory está conseguindo fazer isso. Ele conta que uma das suas principais metas é atrair novas patrocinadoras (até o momento já trouxe três), que permitam ao fundo mudar o fluxo de doador líquido de reservas para receptor líquido de reservas. Está dando duro para isso.