Política ESG avança entre institucionais
Edição 352
Nossa última edição do ano traz reportagem especial sobre o tema ESG (de Ambiental, Social e Governança, no original em inglês), mostrando a evolução que houve de um ano para cá na compreensão da importância dessa sigla por parte dos investidores institucionais brasileiros. Muitos, inclusive, já discutem a adequação de seus portfólios de investimento à regras de descarbonização, de forma a contribuir para a redução do impacto das mudanças climáticas no planeta.
Segundo a consultora Maria Eugênia Buosi, sócia fundadora da Resultante, consultoria especializada em temas ESG, “de cinco anos para cá, o assunto do investimento sustentável veio para a corrente mainstream (predominante)”. Na opinião do CEO da NINT Natural Intelligence, Gustavo Pimentel, as perspectivas para o ano que vem são otimistas, pois “os grandes players desse mercado, as empresas que são potenciais tomadoras de crédito, se já não fizeram emissões ESG pelo menos já ouviram falar disso”.
E Betty Yee, conselheira do CalPERS e CalSTRS, dois dos maiores fundos de pensão dos Estados Unidos, em avaliação sobre as perspectivas de investimentos futuros recomenda aos dirigentes de fundações que tenham mais atenção com os novos temas e riscos do mundo, que incluem as mudanças geopolíticas e climáticas. Levá-las em conta, diz, é fundamental para poder entender as novas dinâmicas econômicas e posicionar as carteiras de investimento.
Por aqui, uma das maiores fundações brasileiras, a Vivest, vai aprovar até fevereiro do ano que vem uma política específica sobre como tratar a questão climática e uma metodologia para medir as emissões de carbono dos portfólios. A Previ, maior fundo de pensão brasileiro, fez no final deste ano uma revisão do seu código de Melhores Práticas ASGI (de Ambiental, Social, Governança e Integridade) para mensurar riscos ASGI no portfólio de empresas investidas. A Fundação Real Grandeza ampliou o peso dos temas ESG na seleção e contratação de gestores externos e a Prevcom, do estado de São Paulo, decidiu colocar a agenda da sustentabilidade como uma exigência na seleção dos novos fundos para investir.
São iniciativas pinçadas aqui e acolá, que podem ser vistas como isoladas por alguns, mas que reunidas formam um quadro que permite ter uma visão mais otimista quanto ao futuro do planeta.