Edição 77
O futebol, paixão nacional, tem sido por décadas uma das grandes alegrias do povo brasileiro. Os grandes times de cada capital galvanizam emoções de imensas massas humanas e tornam pessoas que nada sabem uma das outras irmãs de fé. Fé na vitória do seu time. Cada passe, cada drible, cada ginga dos jogadores no campo é seguido nas arquibancadas ou nas telas de televisão por olhos cristalizados, cada gol é comemorado por gargantas ávidas. Porém, daqueles que promovem esse espetáculo, o que dizer?
Dos grandes craques não há muito o que acrescentar, pois eles se tornam heróis nacionais nas entrevistas e mesas redondas realizadas pela televisão na própria noite do jogo e nas manchetes dos jornais no dia seguinte. São heróis, com direito inclusive a salários milionários. Mas o que dizer dos milhares de jogadores anônimos dos pequenos clubes, que dedicam sua vida à esse esporte e no fim dela o pouco que conseguiram amealhar não garante a sua sobrevivência.
São conhecidas as histórias dos jogadores que tiveram fama e dinheiro durante sua vida profissional ativa e, depois de deixarem os gramados, descobriram-se esquecidos e pobres. Sua sobrevivência passou a depender da ajuda dos amigos e dos parentes. É o caso de Barbosa, ex-goleiro da Seleção, que tomou um gol na final da Copa de 50 e ficou conhecido como pé frio desde então, como mostra nossa reportagem à página 16, escrita por Alexandre Sammogini. Após parar de jogar, os rendimentos de Barbosa caíram e sua vida piorou muito. Como eles, milhares de outros profissionais conhecem o gosto amargo do fim da carreira sem fama e sem dinheiro.
Uma proposta do deputado Pedro Fernandes, do PFL-MA, entretanto, está tentando mudar essa situação, criando fundos de pensão para os jogadores de futebol. É uma proposta boa e justa, para a maioria desses anônimos profissionais. Claro que ela teria que ter controles muito rígidos, administração profissional e gestão especializada, para evitar que se tornassem mais um feudo nas mãos dos cartolas do esporte. Mas isso seria possível, e certamente a idéia poderia ser estendida a outras categorias esportivas também.
Ainda nesta edição, apresentamos a relação dos fundos de investimento voltados aos clientes institucionais, com suas rentabilidades desde 96, para aqueles que existiam desde então. Divididos por benchmark, a relação dos fundos é um bom guia de investimentos para os profissionais dos fundos de pensão.