Edição 113
Nesta edição, temos alguns assuntos bastante quentes. O principal deles é a entrevista que fizemos com o ex-presidente da Previ, Luiz Tarquínio, dois dias após ele ter anunciado o seu desligamento daquela que é a maior entidade de previdência privada fechada do País. Para conseguir falar com ele, nossa editora Joana Gonçalves teve que grudar, literalmente, na sua assessoria de comunicação e seguir os seus passos até conseguir uma brecha para uma conversa de meia hora. Bem, valeu o esforço. Na entrevista, como não poderia deixar de ser, Tarquínio se mostra um executivo equilibrado e ponderado, além de conhecedor profundo do funcionamento da entidade que dirigiu por três anos.
Na entrevista à Joana, o ex-presidente da fundação dos funcionários do Banco do Brasil fala sobre seu relacionamento com os outros diretores da entidade, a questão da não adesão da entidade ao regime especial de tributação oferecido pela Receita Federal e sobre investimentos. Fala também sobre a situação financeira da Previ, esclarecendo que sua contabilidade não registra o déficit que é apontado pela SPC. “Foi uma luta conseguir falar com ele, mas acho que valeu a pena”, diz Joana. “O resultado da entrevista foi muito bom”.
Outro assunto quente desta edição é a reportagem sobre a fundação Aerus, que está conseguindo equilibrar o plano de uma das suas patrocinadoras, a Transbrasil, pela via mais cruel: através da redução do quadro de funcionários ativos na patrocinadora. Esses, ao deixarem a empresa, levam consigo apenas a parte que aportaram ao plano, com os resultados conseguidos pelos investimentos, deixando de fazer jus aos aportes da patrocinadora (os feitos e os que nunca foram feitos).
Claro que essa situação nada tem a ver com a fundação, que apenas vê refletir em sua contabilidade o estado caótico da administração da empresa patrocinadora, a qual tenta desesperadamente encontrar um comprador ou sócio para assumir os seus passivos, inclusive os trabalhistas, mas que a cada passo dado parece afastar-se mais de uma solução concreta. A fundação até tenta, na verdade, minimizar o sofrimento dos participantes que se desligam da empresa, e contrariando suas próprias regras paga de uma só vez, ao invés de dividir em parcelas mensais, o que eles têm a receber. Mas não deixa de ser um quadro triste.